09 set, 2021 - 08:55 • Redação
É o primeiro membro do Governo a admitir apoiar o aumento do número de dias por luto parental de 5 para 20 dias. A ministra da Administração Pública diz que ainda não pensou no assunto como governante, mas que como mulher e mãe assume que concorda.
Apesar de admitir que pode estar a cometer uma “imprudência política”, Alexandra Leitão assume com franqueza a sua posição quando questionada no âmbito do programa Hora da Verdade. “Está a fazer-me uma pergunta sobre algo que eu ainda não pensei enquanto governante, mas não consigo deixar de lhe dizer que concordo. Somos mães, somos mulheres e não consigo deixar de dizer de que não concordo. Não concebo a violência de tal situação”.
Esta posição é conhecida na semana em que a Associação Acreditar lançou uma petição sobre luto parental, que defende o alargamento de cinco para 20 dias para o chamado “período de nojo”. Já com 51 mil assinaturas.
Em entrevista à Renascença, o presidente da Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro contou a sua experiência há 20 anos. João Bragança recorda que os cinco dias de luto parental, previstos na lei, “não serviram para nada” perante um episódio tão traumático e violento do ponto de vista emocional. Regressar ao trabalho foi um “automatismo”.
O presidente da Acreditar pretende, até final de setembro, atingir as 100 mil assinaturas, “um número redondo que dava um sinal muito claro do apoio da sociedade” a esta petição.
O PAN associa-se à petição e leva o assunto ao Parlamento através de um projeto lei que também pretende alargar o luto por perda gestacional e por morte do cônjuge.
“Esta petição é da mais elementar justiça social. Vamos propor o alargamento para 20 dias, tal e qual está pedido na petição. Vamos também incluir o luto gestacional, que também tem de ser reconhecido pela sociedade. E vamos também propor o alargamento do luto no caso de perda de cônjuge dos cinco para os 15 dias, seja casado ou em união de facto”, disse à Renascença a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real.