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Portugal pode acolher 300 afegãos, mas lista prioritária identifica 116 cidadãos

26 ago, 2021 - 09:27 • Redação

A informação foi avançada à Renascença pelo Ministério da Presidência que está a coordenar o processo.

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"Vai haver consequências" se tropas ficarem em Cabul. Milhares de pessoas amontoam-se no aeroporto
"Vai haver consequências" se tropas ficarem em Cabul. Milhares de pessoas amontoam-se no aeroporto

Portugal tem resposta para receber mais de 300 afegãos, mas da lista prioritária constam 116 pessoas - são colaboradores que trabalharam diretamente para as forças nacionais destacadas (FND), no Afeganistão, e as respetivas famílias. A informação foi avançada à Renascença pelo Ministério da Presidência que está a coordenar o processo.

A nota lembra que o país “mostrou-se imediatamente disponível para receber 50 pessoas. Hoje, podemos já afirmar a nossa capacidade e disponibilidade para ultrapassar esse número, sendo que estão a ser desenvolvidos todos os esforços para retirar as pessoas que constam da lista prioritária”.

Em segundo lugar, está o acolhimento dos cidadãos que colaboraram noutros enquadramentos da NATO e também com a União Europeia, designadamente no apoio à embaixada da UE em Cabul e em projetos de cooperação para o desenvolvimento.

Em terceiro lugar, Portugal vai receber afegãos no quadro de operações de proteção conduzidas pelas Nações Unidas.

Por último, a tutela está também a “receber e analisar pedidos de acolhimento” dirigidos diretamente a Portugal, por pessoas e grupos profissionais em situação de particular vulnerabilidade ou risco (como jornalistas, mulheres juristas, estudantes, ativistas de direitos humanos, etc.).

O mesmo texto informa que Alto Comissariado para as Migrações está a “mapear a capacidade de resposta” da rede de parceiros e entidades de acolhimento. “A resposta foi bastante positiva e dispomos, até ao momento da confirmação de disponibilidade de acolhimento de mais de 300 cidadãos, distribuídos pelo país”.

Os parceiros que responderam foram a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, CM Sintra, CM Fundão, CM Lisboa, Cruz Vermelha Portuguesa, Conselho Português para os Refugiados, ADOLESCER, ENTREMUNDOS, Púcura de Barro, Fios e Desafios, FISOOT Lda., e Centro Social Soutelo.

O Alto Comissariado para as Migrações lançou um apelo aos portugueses para receberem famílias afegãs. E entre 17 e 20 de agosto, 4.429 disponibilizaram-se para apoiar, nomeadamente com alojamento ou como família de acolhimento.

“O ACM está atualmente a proceder à análise dos formulários recebidos, sendo que os critérios de avaliação em curso são semelhantes aos definidos para o acolhimento e integração de agregados familiares, ou cidadãos isolados, acompanhados ao abrigo dos Programas de Reinstalação e Recolocação, da responsabilidade deste Alto Comissariado”.

Após uma ofensiva relâmpago, os talibãs tomaram Cabul no passado dia 15 de agosto, o que assinalou o seu regresso ao poder no Afeganistão, 20 anos depois de terem sido expulsos pelas forças militares estrangeiras (EUA e NATO).

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista, que acolhia no seu território o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

Desde que os talibãs entraram na capital afegã, milhares de pessoas têm convergido para a zona do aeroporto internacional de Cabul para tentar sair do país antes de 31 de agosto.

Depois de terem governado o país de 1996 a 2001, impondo uma interpretação radical da 'Sharia' (lei islâmica), teme-se que os radicais voltem a impor um regime de terror, nomeadamente ao nível dos diretos fundamentais das mulheres e das raparigas.

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