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Greve suspende 65% dos comboios programados até às 12h00

06 jun, 2021 - 13:55

Dos 309 comboios programados para o período, circularam cerca de 35%, num total de 107 comboios.

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A greve dos trabalhadores das bilheteiras e revisores da CP - Comboios de Portugal suspendeu, até às 12h00, 65% dos comboios previstos, adiantou a empresa, enquanto o sindicato diz que a adesão é quase total.

“A CP – Comboios de Portugal informa que, entre as 00h00 e as 12h00 de dia 6 de junho, dos 309 comboios programados para o período, circularam cerca de 35%, num total de 107 comboios”, indicou, em comunicado a empresa.

Os serviços mínimos para este período apontavam para a circulação de 63 comboios, que foram todos realizados, a que se somaram mais 44.

Segundo os números avançados pela CP, estava programada a circulação de 130 comboios urbanos de Lisboa, tendo sido suprimidos 90, enquanto no Porto estavam programados 61 e realizaram-se 22.

No que se refere aos comboios regionais e interregionais, estavam previstos 99, mas 62 dos quais foram suprimidos, circulando assim 37.

Já nas viagens de longo curso foram suprimidos 11 comboios, num total de 19 programados.

Até às 08h00, os números da empresa apontavam para uma suspensão de 46% dos comboios programados.

Em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), Luís Bravo, assegurou que apenas duas pessoas estiveram ao serviço, uma no Porto e outra na linha do Vouga, “levando à circulação de cerca de 10 comboios”.

Rejeitando os dados da empresa, o sindicalista precisou que foram realizados, até ao momento, “seis comboios na linha urbana do Porto e quatro na do Vouga”.

Luís Bravo defendeu que a “adesão está a ser maciça”, destacando que a linha de Cascais está encerrada até às 16h45 e que na linha de Sintra e em Santa Apolónia só estão a ser cumpridos os mínimos.

Por outro lado, a “grande maioria das bilheteiras”, a nível nacional, está encerrada ou com apenas uns funcionários, quando, por norma, contam com seis, acrescentou.

“Para o dia de hoje foram-nos impostos 40% de serviços mínimos. Considerar viagens de lazer como necessidades sociais impreteríveis é algo que nenhum tribunal tinha decretado e é uma violação ao direito da greve, a que estamos já habituados”, vincou.

O presidente do SFRCI apelou também aos utentes dos comboios urbanos de Lisboa e do Porto que evitem este transporte na segunda e terça-feira “porque vai ser o caos”, atribuindo culpas à Administração da CP, que permanece sem responder às reivindicações dos trabalhadores.

Os trabalhadores da CP iniciaram hoje uma greve nacional de três dias em protesto contra a proposta de regulamento de carreiras apresentada pela CP, que dizem prever "um aumento da polivalência de funções" e a "junção e extinção de categorias profissionais", considerando que tal "vai pôr em causa postos de trabalho presentes e futuros".

Reclamam ainda a "melhoria do salário base, que atualmente está no limiar do salário mínimo nacional", e a "reposição das perdas salariais sofridas pelos ferroviários operacionais que foram contagiados pela pandemia provocada pela Covid-19, bem como pelos que tiveram de cumprir confinamento profilático por estarem em contacto com colegas infetados".

A CP alertou que este domingo, segunda e terça-feira - os três dias da greve convocada pelo SFRCI, em protesto contra a proposta de regulamento de carreiras e reclamando aumentos salariais e o cumprimento do acordo de empresa - "podem ocorrer fortes perturbações na circulação de comboios a nível nacional".

O SFRCI acusa a CP de "violação do acordo de empresa em vigor" e exige a "aplicação do acordo assinado com o Ministério das Infraestruturas em 2018, relativo à certificação do agente de acompanhamento".

A "manutenção dos níveis segurança ferroviária" é outra das reivindicações feitas, com o sindicato a considerar que estes "estão a ser colocados em causa pela CP e pelas alterações impostas pelo IMT [Instituto da Mobilidade e dos Transportes] aos regulamentos gerais de segurança, cujo objetivo é servir as empresas privadas que reduzem postos de trabalho e custos com segurança ferroviária".

Finalmente, a greve visa condenar o "abuso do poder disciplinar" que os trabalhadores dizem vigorar na CP.

De acordo com o dirigente do SFRCI António Lemos, são abrangidos pelo pré-aviso de greve "800 a mil trabalhadores" das carreiras comercial e de transportes da CP.

A CP já anunciou que quem já tiver bilhetes para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional, poderá solicitar o reembolso do valor total do bilhete adquirido ou a sua revalidação, sem custos.

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