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Covid-19. Vacinação de imigrantes não legalizados está a ser estudada

03 jun, 2021 - 08:55 • Lusa

Coordenador da task-force revela que também vacinação de crianças e jovens está a ser analisada pela Direção-Geral da Saúde.

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O coordenador da "task force´ da vacinação contra a Covid-19 anunciou na quarta-feira que está a ser estudada a forma de vacinar os imigrantes não legalizados, assim como as vantagens e riscos de imunizar as crianças e jovens.

"Neste momento está a ser estudado qual o processo para trazer, não os legalizados, porque estes estão perfeitamente identificados, mas os não legalizados ao processo de vacinação", adiantou o vice-almirante Gouveia e Melo à "Grande Entrevista" da RTP3.

Segundo o responsável do plano logístico, existe a necessidade de criar "um número no sistema nacional de saúde" para as pessoas que estão ilegalmente no país, uma vez que "têm de ser identificados de alguma forma perante os serviços de saúde, até para se seguir o processo de vacinação e alguma doença que possam ter".

"É isso que, neste momento, está a ser estruturado, não dentro da "task force´ - não pertence esta tarefa à "task force" -, mas mal esse processo esteja estruturado, terão direito a ser vacinados, porque são residentes em Portugal", assegurou o vice-almirante.

No entanto, em março, o Alto Comissariado para as Migrações enviou às associações de apoio a migrantes a informação que os imigrantes em situação irregular ou ilegal, sem número de utente do Serviço Nacional de Saúde, podiam inscrever-se para receber uma vacina contra a Covid-19. Nessa altura, forneceu uma ligação para a página na internet do Ministério da Saúde onde poderiam inscrever-se para depois, serem contactados pelas Unidades Locais de Saúde.

Também em abril deste ano, a ministra do Estado e da Presidência Mariana Vieira da Silva revelava que quatro mil estrangeiros sem número de utente já se tinham inscrito para a vacinação Covid.

Ainda esta quinta-feira de manhã, durante uma visita ao maior centro de vacinação de Lisboa, o coordenador da task force disse não estar a par da inscrição online fornecida pelo Ministério da Saúde aos migrantes. "Tenho que perguntar a quem organizou esse processo. A task force trata de pessoas que estão inscritas no SNS", explicou em declarações à Renascença.

"Eu não estou preocupado, até agora, com pessoas que não estão inscritas no SNS", continuou o vice-almirante. Quanto ao processo que diz ter sido iniciado por um grupo fora da task force, para organizar a vacinação dos imigrantes não legalizados, o coordenador admite não saber quando estará concluído.

Relativamente à eventual vacinação de crianças e jovens contra o vírus SARS-CoV-2, Henrique Gouveia e Melo adiantou que esta é uma matéria que também está a ser analisada pela Direção-Geral da Saúde.

"Há diversas alternativas, uma delas é vaciná-las, a outra é, estando toda a população adulta vacinada, só vacinar as pessoas que saem da adolescência para a fase adulta", a partir dos 17/18 anos, avançou o coordenador deste grupo de trabalho.

Segundo disse, com todos os adultos vacinados, que representam 90% da população portuguesa, o vírus que causa a covid-19 "tem muita dificuldade em sobreviver porque não encontra hospedeiros suficientes para criar uma pandemia", tornando-se endémico e controlável.

"As duas coisas estão em cima da mesa: o que é que é a proteção de grupo e como esta proteção se estabelece e quais os riscos e vantagens de vacinar uma população muito jovem", referiu.

No final de maio, a Comissão Europeia aprovou a utilização da vacina da BioNTech/Pfizer para adolescentes dos 12 aos 15 anos, após o aval da Agência Europeia do Medicamento, explicando que a decisão cabe sempre aos países da União Europeia (UE).

Na mesma entrevista, o coordenador da "task force´ reiterou ainda a meta de 08 de agosto para ter 70% da população portuguesa vacinada, mas salientou que o cumprimento desse objetivo depende do número de vacinas que chegarem a Portugal.

De acordo com Gouveia e Melo, estas vacinas estão a chegar ao país de forma faseada, o que resulta em "surpresas negativas e positivas", uma vez que há empresas farmacêuticas "que cumprem [a entrega das doses contratadas] melhor do que outras".

"Há duas empresas que cumprem muito bem, há uma empresa que não cumpriu muito bem e há outra empresa que, de vez em quando, não cumpre", adiantou o vice-almirante, para quem estas variações "criam alguns problemas" ao plano de vacinação, uma vez que continuam a registar-se atrasos na entrega de vacinas.

O coordenador adiantou ainda que, nas últimas semanas, têm sido administradas uma média de 80 a 100 mil doses diariamente e que, nesta semana, Portugal tem uma disponibilidade de 103 mil vacinas por dia.

Em Portugal, morreram 17.026 pessoas dos 850.262 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Comentários
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  • GAUTIER Pierre
    05 jun, 2021 fagilde 17:54
    ... Nos somos francès,nao temos cartao decidadao, so o cartao da europa, vivemos a grande parte do ano em Portugal, temos mais de 70 anos, e mais minha esposa e diabetica, ja fiz tres préguntas no sitio da DGS, sem respôsta ate hoje, gostava saber si o Portugal nao faz vacinas para osfrances, o probleme para nos e que nao podemos viajar para ir na frança !!! pode me responder em o email hermesgym@gmail.com Obrigado !!!
  • Ivo Pestana
    03 jun, 2021 Funchal 11:09
    Nesta situação pandémica, não interessa a posição do cidadão, mas sim a saúde pública. O vírus não escolhe onde se hospedar.

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