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Pais dos jovens que morreram na praia do Meco reúnem-se para concertar posições

25 jan, 2014 - 13:15

Pai de uma das jovens que perdeu a vida diz que não quer encontrar culpados, apenas quer saber o que aconteceu. Diz ainda que da parte da Universidade Lusófona não recebeu "nem sequer uma palavra de conforto".

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Os pais dos alunos da Universidade Lusófona que morreram na praia do Meco vão tomar uma posição concertada numa reunião entre todos que está agendada para este sábado, disse à Lusa o pai de uma das seis vítimas da tragédia.


"Vamos reunir para tomarmos uma posição concertada", disse António Soares, pai de Ana Catarina Soares, uma das alunas da Universidade Lusófona que perdeu a vida na praia do Meco, escusando-se, no entanto, a revelar o local e a hora da reunião.


"Temos o direito de saber o que se passou com os nossos filhos, queremos saber o que se passou naqueles momentos. Não queremos encontrar culpados, mas, se os houver, terão que ser responsabilizados, doa a quem doer", acrescentou, reafirmando que fará tudo o que estiver ao seu alcance para apurar as circunstâncias em que morreram os seis jovens.


António Soares esclareceu também que, ao contrário do que terá sido divulgado em alguns órgãos de comunicação social, nunca deu nenhum prazo para que o único sobrevivente da tragédia, João Gouveia, falasse sobre o que aconteceu na praia do Meco.


"Nunca estabeleci nenhum prazo. Pela minha parte, limitei-me a apelar para que o sobrevivente revelasse as circunstâncias em que ocorreu a tragédia e é só isso que quero", disse.


Da Lusófona nem “uma palavra de conforto”
Em declarações à Lusa, António Soares disse ainda está agastado com o comportamento dos responsáveis da Universidade Lusófona, assegurando que, ao contrário do que terá sido divulgado pela reitoria, não recebeu daquele estabelecimento de ensino "nem apoio psicológico, nem sequer uma palavra de conforto".


António Soares lamentou também que a Universidade Lusófona só tivesse decidido a realização de um inquérito 40 dias depois dos factos e considerou "estranho" que o jovem sobrevivente esteja a ser acompanhado por elementos da própria Universidade Lusófona e não por técnicos independentes.


Confrontado com as notícias divulgadas por diversos órgãos de comunicação social, com testemunhos de moradores na Aiana de Cima, Sesimbra, que terão visto os seis jovens a rastejarem com pedras atadas aos pés, poucas horas antes de morrerem na praia do Meco, António Soares garante que a filha não lhe transmitiu que iria ser submetida a qualquer ritual de praxe.


"A única coisa que a minha filha me disse é que ia para uma reunião de preparação das praxes e que vinha almoçar connosco no domingo", disse.

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