31 out, 2020 - 08:57 • Anabela Góis , Marta Grosso
A pandemia mudou os hábitos alimentares dos portugueses para pior: 8% dizem que tiveram dificuldades económicas para comprar alimentos.
Durante o confinamento, quase metade dos portugueses (45,1%) mudou os hábitos alimentares e, destes, 4 em cada 10 mudaram para pior, revela um inquérito nacional feito pela Direção-Geral da Saúde (DGS), em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
O estudo mostra que a maior parte passou a cozinhar mais, mas também a petiscar mais e a consumir mais ‘snacks’ doces. Tudo isto, aliado ao sedentarismo, fez com que um quarto dos inquiridos admitisse que aumentou de peso.
Os hábitos alimentares mudaram, sobretudo, por causa das alterações do horário de trabalho, do modelo de compras dos alimentos, do stress e até do medo da situação económica – um em cada três portugueses mostra-se preocupado com uma eventual dificuldade no acesso aos alimentos e 8,0% dizem que já tiveram dificuldades económicas no acesso a bens alimentares.
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No entender da DGS, os números revelam uma enorme preocupação face ao acesso a alimentos num grupo significativo da população.
Houve, contudo, também quem tivesse alterado a dieta para melhor, passando a consumir menos refeições pré-preparadas, mais fruta e mais produtos hortícolas.
Em Portugal, mais de metade (53,6%) dos adultos tem excesso de peso. Temos um milhão e meio de obesos, o que representa cerca de 17% da população.
Muita carne vermelha, poucos cereais integrais e muito sal são os maus hábitos alimentares – o quarto fator de risco para a mortalidade e o quinto para a perda de anos de vida saudável, sobretudo, devido a doenças do aparelho circulatório, diabetes e doenças renais.