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​Morreu o poeta, tradutor e ator Manuel Cintra

04 jun, 2020 - 11:55 • Lusa

Irmão do encenador Luís Miguel Cintra tinha 64 anos. O ator foi também tradutor, jornalista e encenador, sendo, no entanto, a poesia "a sua incontornável e apaixonada estrada".

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O poeta, tradutor e ator Manuel Cintra, autor de livros como "Do lado de dentro" e "Alçapão", morreu em Lisboa, aos 64 anos, disse esta quinta-feira à agência Lusa fonte próxima da família.

De acordo com a escritora Maria Quintans, Manuel Cintra morreu em casa, no Bairro Alto, onde residia sozinho, presumivelmente durante o fim de semana.

"Ele foi encontrado em casa sem vida na terça-feira", acrescentou a amiga do poeta, que sofria há algum tempo de "graves problemas cardíacos, e terá dado uma queda".

O corpo de Manuel Cintra foi levado para o Instituto de Medicina Legal.

Filho do linguista Luís Filipe Lindley Cintra e irmão do ator e encenador Luís Miguel Cintra, Manuel Cintra nasceu em Lisboa, em março de 1956.

Foi tradutor, jornalista, ator e encenador, sendo, no entanto, a poesia "a sua incontornável e apaixonada estrada", sublinhou a poeta e dramaturga Maria Quintans.

"Ele era um grande poeta, mas foi muito marginalizado porque não alinhava com o sistema", disse ainda a escritora.

De acordo com Maria Quintans, com base em indicações da família, não haverá velório, e o funeral será anunciado em breve.

Manuel Cintra começou a publicar poesia em 1981, com o livro "Do Lado de Dentro", na Editorial Presença, a que se seguiram mais de duas dezenas de obras.

"Tangerina" (1990), "Borboleta" (2006), "Alçapão" (2009), "Marie" (2009), "Receber a Poeira" (2014), "Parto" (2014), "Peixa" (2016) são algumas das que publicou.

A editora Guilhotina publicou "Manobra Incompleta" em 2017, reunindo toda a poesia de Manuel Cintra.

"Geralmente escrevo o poema já pronto, quase sem correções. Faço os possíveis por não enlouquecer. Como sabemos, a poesia é uma arma, neste caso visceral. Sempre no limite. Sempre numa nova manobra. A evitar o acidente. Ou a vivê-lo a fundo", costumava dizer o escritor, citado por Maria Quintans.

Além de poeta, foi também tradutor e ator, tendo participado em várias produções do Teatro da Cornucópia.

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