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António Costa admite nacionalizar a TAP e sugere "férias cá dentro" aos portugueses

14 abr, 2020 - 09:50

Primeiro-ministro, em entrevista à rádio Observador, prevê alívio de alívio de algumas restrições em matéria de direitos coletivos dos trabalhadores, mas não prevê grandes alterações às limitações de circulação e limite de atividades, quando o estado de emergência for renovado, na sexta-feira.

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António Costa admite a possibilidade de avançar para a nacionalização da TAP. Em entrevista à rádio Observador, o primeiro-ministro justifica que o Governo tem a obrigação de não deixar cair qualquer empresa estratégica para o país, na sequência da crise provocada pela pandemia de Covid-19

"Não podemos excluir a necessidade de nacionalizar a TAP, ou outra empresa que seja absolutamente fundamental para o país, para não corrermos o risco de a perder no final desta crise. Isto é uma crise de saúde que se está a transformar numa crise económica e não a podemos deixar agravar", diz.

Costa recorda que no seu primeiro Governo reforçou a posição estatal na companhia aérea nacional. "Readquirimos uma posição de 50%, logo no início do meu primeiro Governo. Alguns privados já tinham manifestado vontade de alienar as sua posições, havia interesse de uma companhia, mas neste momento suspendeu esse interesse, porque, neste momento, nenhuma companhia aérea está a pensar em novos investimentos, mas como se vão reerguer desta pandemia", supõe.

"Férias cá dentro"

António Costa reforça que o levantamento das medidas restritivas terá de ser sempre "gradual e progressivo". Sem querer avançar com uma data indicativa para um regresso à normalidade possível, até porque, argumenta, ninguém tem certezas sobre a evolução da pandemia, o primeiro-ministro espera que no verão os portugueses tenham possibilidade de gozar as suas férias.

A presidente da Comissão Europeia desaconselhou ao planeamento das férias, mas António Costa, "sem querer correr o risco de ser demasiado otimista", pede aos portugueses para não deixarem de pensar nas férias de verão.

"Esperem mais algumas semanas. Quero crer que ate ao verão a situação estará suficientemente controlada para termos férias. Seria, aliás, um dano imenso para a economia portuguesa, se no próximo verão o turismo não tiver condições de funcionamento mínimo", sublinha.

O primeiro-ministro salvaguarda, no entanto, que nesta fase as pessoas não deverão arriscar marcar férias para lugares distantes, "sabendo que podem ser surpreendidas, como aconteceu agora a milhões de pessoas em todo o mundo, a ficarem isoladas pelo encerramento de fronteiras e pelo cancelamento de voos".

Assim, o conselho que António Costa dá aos portugueses é que "façam férias cá dentro". "Estamos sempre mais seguros cá dentro, nesta fase, e menos sujeitos à incerteza", argumenta.

Renovação do estado de emergência

O estado de emergência será renovado na sexta-feira e o primeiro-ministro admite levantamento de algumas medidas restritivas, nomeadamente, relativamente a direitos coletivos dos trabalhadores. No entanto, sublinha, "relativamente aos limites à circulação e ao conjunto de atividades não antevejo que haja qualquer alteração".

"Não podemos levantar medidas até o risco de contágio estar num registo controlável. Ainda não chegamos à fase de declínio da pandemia. Os cientistas ainda não conseguem antecipar quando lá chegaremos. No dia em que começarmos a retirar as medidas, os contactos vão aumentar e assim o risco de contágio também aumenta", observa.

O problema só terá uma solução quando houver uma vacina, mas o primeiro-ministro alerta que "não podemos esperar até esse dia". "Teremos de retirar de forma gradual e progressiva, porque nesse momento o nível de contágio vai aumentar. Deve ser sempre um levantamento gradual e progressivo para que esse momento não nos leve para uma situação que não conseguimos controlar", insiste, admitindo um regresso à normalidade a velocidades diferentes.

"Vamos ter seguramente um país com múltiplas velocidades, proventura, de regiões diferenres, de setores de atividade difirentes, de pessoas com riscos diferentes", admite o primeiro-ministro.

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