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Máscaras. Usar ou não usar? Quantos tipos há e qual escolher?

09 abr, 2020 - 06:30 • Dina Soares , Rodrigo Machado

A Organização Mundial de Saúde não aconselha as pessoas sem sintomas de Covid-19 a usarem máscaras. A Direção-Geral de Saúde adota a mesma regra, enquanto o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças recomenda o uso generalizado de máscaras como mais uma medida para travar a progressão do contágio. O uso de máscaras divide os países, os especialistas e as populações.

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Há tantos tipos de máscaras, qual devo escolher?


Usar ou não usar não é a única questão que se coloca quando se entra na mais recente polémica das máscaras. Com os especialistas e as diferentes autoridades de saúde dos diversos países divididos sobre a obrigatoriedade ou mesmo a vantagem de pôr a população inteira de máscara, os cidadãos vão lendo, ouvindo, vendo e tentando tomar a melhor decisão, não só sobre o uso da máscara, mas sobre que tipo de máscara usar.

As máscaras que normalmente se vendem nas farmácias – e que desde o início da pandemia se tornaram objetos raros e valiosos – são as chamadas máscaras cirúrgicas. São feitas de polipropileno, de espessura dupla ou tripla, com uma ou mais dobras e prendem-se normalmente com elásticos.

São usadas nos hospitais, por médicos, enfermeiros e outro pessoal hospitalar e servem, primeiro que tudo, para que quem as usa não contamine os outros. Claro que também serve como barreira física que impede que as partículas expelidas por terceiros cheguem à boca ou ao nariz de quem usa a máscara.


E se andarem vírus no ar?

Os principais argumentos a favor do seu uso passam, por exemplo, pela proteção contra quem está infetado e não sabe, seja porque não tem sintomas seja porque ainda tem sintomas tão leves que não levantam suspeita. Além disso, os cientistas também ainda não conseguiram esclarecer totalmente a forma como o vírus se espalha através das gotículas que ficam no ar, se ficam ou não e se podem ser aspiradas por alguém que vá a passar.

São pouco eficazes no caso de gotículas muito pequenas e por isso, no atual contexto, devem ser usadas em situações de baixo risco, como por exemplo quando se vai às compras. O seu uso não dispensa, no entanto, todas as outras medidas de prevenção: manter a distância de pelo menos um metro entre cada pessoa; lavar regularmente as mãos com água e sabão, ou desinfetá-las com uma solução alcoólica.

Para que o usos da máscara seja eficaz, há que respeitar certas regras de etiqueta. Lavar muito bem as mãos antes e depois de colocar e retirar a máscara; ajustá-la de forma a que não fiquem espaços entre o rosto e a máscara; nunca tocar a parte da frente da máscara e retirá-la se se sujar, ficar húmida ou depois de um máximo de quatro horas de uso. Depois, é deitar fora num caixote com tampa porque todas as máscaras, sem exceção, são descartáveis e só podem ser usadas uma única vez.


Máscaras profissionais para os profissionais

Ainda mais raras nos tempos que correm e destinadas exclusivamente aos hospitais são as máscaras FFP2 e FFP3. Estas designações, usadas na Europa e que, nos Estados Unidos correspondem às máscaras N95, designam máscaras com um grau de eficácia entre os 98% e os 99,7%, que são usadas por médicos e enfermeiros em situações muito particulares.

A sua enorme capacidade de filtrar e reter partículas, evitando que quem as usa aspire gotículas portadoras de vírus ou bactérias, recomenda o seu uso quando se está em contacto direto com pessoas que sofrem de doenças infetocontagiosas, como a tuberculose, o ébola, ou a covid-19.

Já nos habituámos a vê-las nas televisões, sobretudo nos rostos de médicos. Algumas parecem uns bicos de pato. Outras incluem uma válvula que serve como respirador e que, além de facilitar a respiração, ajuda a prolongar a vida útil da máscara ao permitira saída parcial do ar quente e da humidade que ajudam a danificar a máscara. Isso não significa que esta possa ser reutilizada. Todas as máscaras são descartáveis e só são eficazes de o seu uso for feito de acordo com as regras.


Sem máscaras nas farmácias, há que pôr mãos à obra

A corrida às máscaras em Portugal começou muito antes de se registar o primeiro caso de infeção pelo novo coronavírus. Logo em janeiro, a procura foi perto de quatro vezes superior à que se registara um ano antes. Quando surgiu o primeiro caso, já as farmácias tinham vendido as máscaras todas. Restavam algumas FFP2, a 12 euros cada, e que também desapareceram. Quanto mais raras, mais caras, com denúncias de vendas a preços multiplicados por 20 e por 30.

Quem procura online também não tem muita sorte. No principal site de comparação de preços do país, em 21 páginas com material médico descartável, não surgem um único tipo de máscaras. Em outros sites internacionais a oferta existe, mas vem acompanhada por um aviso de que a entrega demorará cerca de um mês. As garantias de qualidade também não existem e por isso o comprador corre o risco de estar a comprar uma máscara que tapa a cara, mas não protege.

A escassez, o preço e os apelos para que as máscaras fiquem com quem precisa mais delas, os profissionais de saúde e das instituições sociais, está a levar à manufatura caseira de máscaras, com tecidos, lenços ou velhas camisolas de algodão. Os modelos estão online e não faltam vídeos com instruções para os mais inexperientes no campo do corte e costura.

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  • Cidadao
    10 abr, 2020 Lisboa 13:09
    Usar máscara é o menos. Encontrá-la sem ser positivamente roubado pelos oportunistas e especuladores de ocasião é que é dificil

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