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Cinco detidos em nova megaoperação da PJ na Madeira

07 mai, 2024 - 11:08 • Liliana Monteiro , Daniela Espírito Santo , Vítor Mesquita , com redação

Em causa estará um processo que investiga uma alegada fraude ao Estado através do subsidio social de mobilidade.

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A Polícia Judiciária está de novo na Madeira, a fazer buscas e detenções. Ao que a Renascença apurou, já há cinco detidos na "Operação Rota do Viajante II".

As buscas estão em curso em Lisboa, Loures, Funchal, Câmara de Lobos e Santa Cruz.

Em causa, desta vez, estará um processo que investiga uma alegada fraude ao Estado, através do subsidio social de mobilidade. Há suspeitas de viagens fantasma, recurso a falsificação de documentos para obtenção do subsídio destinado a quem se desloca ao continente, num esquema que terá lesado o Estado num valor superior a "meio milhão de euros", diz a PJ, em comunicado.

"O plano passava pela angariação de residentes da Região Autónoma da Madeira, a quem eram fornecidos documentos necessários ao levantamento deste subsídio e previamente falsificados, como passagens áreas, bilhetes e reservas, faturas e recibos, que, acompanhados por elementos da rede criminosa, apresentavam documentação forjada em estações dos CTT do continente e, assim, recebiam o reembolso pago pela Estado", é dito.

Os detidos têm idades compreendidas entre os 23 e os 55 anos e pertenceriam, alegadamente, a uma "associação criminosa" com "elevados índices de organização", com "níveis hierárquicos" entre os seus "falsificadores, recrutadores/angariadores e controladores".

Cerca de 60 inspetores da Unidade de Combate à Corrupção têm para cumprir 71 mandados de buscas domiciliárias e não domiciliárias. Poderão ser detidos suspeitos de crimes burla qualificada, falsificação ou contrafação de documentos e branqueamento de capitais.

A Renascença apurou que não há classe politica envolvida e esta é uma segunda fase de uma operação recente que, noutra incursão, fez um arguido (que se encontra em prisão preventiva).

Os detidos serão agora encaminhados para a comarca de Loures para serem presentes a juiz para primeiro interrogatório em 48 horas.

Tal como os agentes da Polícia Judiciária da unidade da Madeira e da unidade de combate à corrupção também os arguidos vão ser transportados no avião da Força Aérea de regresso ao continente.

Embora as suspeitas de crime estejam relacionadas com factos que envolvem suspeitas na Madeira a verdade é que o alegado esquema terá provocado os primeiros danos numa loja dos CTT de Moscavide, concelho de Loures.

O esquema em investigação envolve viagens aéreas a partir da Madeira mas também dos Açores.

Nos últimos cinco anos a PJ desenvolveu diversas operações policiais similares, desmantelando redes criminosas que usavam o mesmo esquema para lesar o Estado em "mais de seis milhões de euros".

[Notícia atualizada às 11h45 de 7 de maio de 2024]

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