Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

OE 2020

Sociedades médicas pedem mais impostos sobre produtos de tabaco e nicotina

30 jan, 2020 - 08:47 • Lusa

A tributação do tabaco é “a medida isolada mais eficaz e custo-efetiva para diminuir o consumo”, sobretudo entre os jovens e os grupos com rendimentos mais baixos.

A+ / A-

A Sociedade Portuguesa de Pneumologia encabeça uma carta de diversas organizações da área da saúde enviada à Assembleia da República a pedir que o Orçamento do Estado 2020 contemple um aumento dos impostos sobre os produtos de tabaco e nicotina.

A carta, assinada por organizações como a Sociedade Portuguesa de Oncologia, Sociedade Portuguesa de Pediatria, Associação Nacional dos Médicos de Saúde Publica, Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar e a Ordem dos Farmacêuticos, entre outras, alerta os deputados “para a atual situação da política fiscal dos produtos de tabaco em Portugal”.

“É imperioso que todos os responsáveis do Governo defendam as políticas intersetoriais de saúde pública visando o controlo do principal fator modificável - o tabaco - causador da maior e da mais evitável carga de doença e morte prematura da população portuguesa, ameaçando, por estas razões, a sustentabilidade do desenvolvimento socioeconómico e do Serviço Nacional de Saúde”, escrevem.

Dizem igualmente que a tributação do tabaco é “a medida isolada mais eficaz e custo-efetiva para diminuir o consumo”, sobretudo entre os jovens e os grupos populacionais com rendimentos mais baixos, “os quais apresentam uma maior vulnerabilidade para fumar e menores recursos para cessar o consumo”.

As organizações que assinam o documento destacam a “falta de ambição das políticas fiscais dos diversos governos e da Assembleia da República” a este nível e pedem uma “política de tributação eficaz” do imposto especial sobre o consumo de tabaco.

Recordam ainda que recentemente “surgiram no mercado novos produtos de tabaco e de inalação de nicotina que estimulam o consumo e promovem a dependência da nicotina, a preços comerciais baixos”, uma situação que dizem dever-se a uma “tributação ineficaz”.

“Atualmente, a evidência de que os cigarros eletrónicos e o tabaco aquecido contêm substâncias tóxicas e carcinogénicas com grande potencial para lesar a saúde humana, é incontestável”, defendem, citando as mais recentes informações da Direção-geral da Saúde e da Organização Mundial da Saúde sobre esta matéria.

Lembram igualmente as preocupações da OMS para com os casos de lesões pulmonares agudas graves e as mortes provocadas por cigarros eletrónicos nos Estados Unidos e sublinham a declaração da Organização Mundial da Saúde que indica que “os argumentos de redução de danos e melhoria da saúde pública pela utilização destes novos produtos não estão comprovados e devem ser proibidos”.

A carta recorda a atualização dos impostos introduzida em 2017 sobre o líquido contendo nicotina para consumo em cigarros eletrónicos, que as organizações consideram “incompreensivelmente reduzido”, e defende que há “um desagravo fiscal, com atualizações muito pouco significativas da fiscalidade” no que se refere ao tabaco aquecido.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+