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Mediterrâneo

Marcelo diz-se "orgulhoso" do trabalho da Polícia Marítima a resgatar migrantes em "condições dificílimas"

10 jan, 2020 - 22:40

Presidente da República lamentou, contudo, a "espera infindável" dos refugiados e migrantes resgatados. "Têm os olhares vazios porque não sabem o que será a sua vida", referiu.

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O Presidente da República elogiou hoje a missão da Polícia Marítima na Grécia, considerando-a "um orgulho", mas lamentou as condições dos refugiados e migrantes que são resgatados no Mediterrâneo e a sua "espera infindável".

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas depois de ver a instalação artística "Imersão", do repórter de imagem da RTP David Araújo, no Museu de Marinha, em Lisboa, sobre a atuação da Polícia Marítima e o campo de refugiados de Moria, na Grécia, composta por imagens e objetos dispostos em escuridão, procurando reproduzir o ambiente das operações noturnas de resgate no Mediterrâneo.

"É um orgulho para o Presidente da República ver esta missão da Polícia Marítima. É um orgulho ver como estamos a cumprir uma missão humanitária", declarou o chefe de Estado.

Depois de observar atentamente cada fotografia, vídeo e objeto expostos, com o auxílio de uma pequena lanterna, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "é pungente ver aquilo que se passa" com quem tenta atravessar o Mediterrâneo, "o drama daqueles que pagam fortunas, percorrem quilómetros e quilómetros" e depois "a situação de compasso de espera em que ficam milhares e milhares de mulheres, de crianças e também de homens" que são resgatados com vida.

"As pessoas têm os olhares vazios porque não sabem o que será a sua vida", comentou.

O chefe de Estado referiu que o campo de Moria foi "pensado para duas mil pessoas" e "já tem perto de 12 mil" e mostrou-se impressionado com os relatos "de violação de mulheres, de falta de respeito pelas mulheres, de falta do mínimo de salubridade para as crianças".

A Polícia Marítima ajudou a salvar pessoas "em condições dificílimas, fazendo-os passar de um mundo impossível para a esperança num mundo possível", mas que a seguir "se converte num tempo de espera infindável", descreveu.


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