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Legionella. Torres de refrigeração não tiveram "análises positivas nos últimos anos”

04 dez, 2017 - 09:50

Quem o garante é a empresa responsável pela manutenção da central de trigeração do São Francisco Xavier, que insiste em “muitas fontes possíveis de formação de 'legionella'” nos arredores do hospital.

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A empresa Veolia, responsável pela manutenção da central de trigeração do Hospital São Francisco Xavier, onde foi detectada legionella, estranha que as autoridades considerem o estado da instalação degradado, dado que isso nunca foi referido pelos peritos.

"Parece-nos estranho que o estado da torre seja qualificado como 'degradado' uma vez que não tivemos qualquer análise positiva à legionella nos últimos anos", refere a empresa à agência Lusa, sublinhando que, após o alerta do surto, mobilizou uma equipa interna de técnicos internacionais para ajudar no esclarecimento da situação e que, em nenhum momento, foi referido que a instalação se encontrava degradada.

Na semana passada, a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou na comissão parlamentar de Saúde que os técnicos que investigaram o surto de legionella naquele hospital de Lisboa encontraram deficiências na manutenção das torres de arrefecimento.

Graça Freitas disse ainda que os peritos detectaram condições de conservação propícias ao desenvolvimento de bactérias: “De facto, por observação documentada, encontraram-se condições de conservação que seriam propícias ao desenvolvimento de bactérias”.

Em resposta, a Veolia insiste que colaborou activamente com as autoridades competentes e que "em nenhum momento este tema foi abordado”, garantindo que “os procedimentos de manutenção praticados na torre são adequados, foram implementados correctamente e são perfeitamente rastreáveis”.

Empresa insiste nos riscos em redor do hospital

Tal como havia feito na semana passada, a Veolia volta a insistir que, dentro e fora do perímetro do hospital, "existem muitas fontes possíveis de formação de legionella" e que não teve conhecimento, por enquanto, dos resultados das análises realizadas em todas elas.

"Parece-nos indispensável testar todos os sistemas de água: os depósitos de água, sistemas de água quente e fria, circuitos de climatização e a ETAR [Estação de Tratamento de Águas Residuais]", defende a empresa em comunicado.

"Em todo o caso, importa referir que, complementarmente, solicitámos também ao ISQ [Instituto de Soldadura e Qualidade], enquanto entidade independente e credível a nível nacional e internacional, que efetuasse uma análise aprofundada de toda instalação. Neste momento, aguardamos as conclusões desta análise", acrescenta.

No comunicado, a Veolia aponta, além do sistema de trigeração de cuja manutenção é responsável, outros sete pontos, entre eles uma fonte urbana fora do perímetro do hospital e o circuito de difusão de ar, a estação de tratamento de ar e o sistema de água quente sanitária da unidade hospitalar.

Até ao momento, as autoridades de saúde não divulgaram os resultados das análises efectuadas nos restantes pontos onde foram recolhidas amostras no dia em que foi confirmado o surto, que infectou 56 pessoas, provocando a morte a cinco delas.

O fim do surto de legionella foi dado como extinto no dia 27 de Novembro pela Direcção-geral da Saúde.

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