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Governo tinha autorizado reconstrução da vedação dos Paióis de Tancos

30 jun, 2017 - 15:52

​Ministério tinha dado luz verde, a 5 de Junho, a 316 mil euros para reconstruir a rede de protecção. Despacho foi publicado esta sexta-feira, dois dias depois do roubo de material militar.

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O Ministério da Defesa Nacional autorizou, a 5 de Junho, uma despesa de 316 mil euros mais IVA para a reconstrução da vedação dos Paióis Nacionais de Tancos, segundo um despacho publicado esta sexta-feira em Diário da República.

O despacho, que tem a data de 5 de Junho, é manifestada a "prévia concordância" do ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, à autorização do lançamento daquela empreitada que visa a "reconstrução da vedação periférica exterior no perímetro norte, sul e este dos Paióis Nacionais de Tancos", Vila Nova da Barquinha.

No documento, o ministério considera que "se torna fundamental" o lançamento do procedimento pré-contratual que permita aquela empreitada tendo em conta a "concentração das funções logísticas numa mesma infra-estrutura e a consequente rentabilização de sinergias".

Em comunicado, o Exército anunciou na quinta-feira que foi detectada quarta-feira ao final do dia a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois 'paiolins', tendo desaparecido granadas de mão ofensivas e munições de calibre 9 milímetros.

"Os incidentes foram detectados por uma ronda móvel, elemento do sistema de segurança dos Paióis", refere o comunicado.

No mesmo dia, em Bruxelas, o ministro da Defesa reconheceu que o roubo de granadas de mão ofensivas e munições das instalações militares dos Paióis Nacionais de Tancos "é grave" e garantiu que não ficará "nada por levantar" nas averiguações.

"Evidentemente é um facto grave, não vale a pena estar a desvalorizar esse facto. É sempre grave quando instalações militares são objecto de acção criminosa tendente ao furto justamente de material militar", para mais quando "não foi roubada uma pistola, não foram roubadas duas, foram roubadas granadas", disse Azeredo Lopes.

Hoje, PSD e CDS-PP anunciaram que querem ouvir o ministro da Defesa no parlamento sobre este assunto. O PSD requereu também a audição do chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte.

O debate destes requerimentos está já agendado para a reunião da próxima terça-feira da comissão parlamentar de Defesa Nacional.

As audições deverão decorrer à porta fechada, tal como o PSD propôs.

"Achamos este assunto gravíssimo, não é o primeiro que acontece", sublinhou o deputado João Rebelo, em declarações aos jornalistas no parlamento, recordando que houve um furto de armas ligeiras à PSP no início do ano.

O CDS-PP pretende questionar o ministro sobre que tipo de vigilância estava a ser efectuada quando ocorreu o roubo e se "a falta de efectivos e de meios está a afectar a segurança nas instalações militares".

O deputado democrata-cristão salientou que, segundo números recentes, "mais de 20 milhões de armas ligeiras no espaço europeu estão em mãos ilícitas".

No requerimento divulgado esta sexta-feira pelos sociais-democratas, que deu entrada na quinta-feira na Comissão de Defesa, o PSD refere que "perante a gravidade desta situação", quer ouvir na Assembleia da República o ministro Azeredo Lopes e o general Rovisco Duarte "a fim de prestarem os esclarecimentos que considerarem pertinentes sobre estes acontecimentos".

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  • João Lopes
    02 jul, 2017 Viseu 17:59
    Casa roubada, trancas na porta! Este governo da Geringonça social-comunista não defende Portugal nem os portugueses!
  • N. M. Liqsem
    01 jul, 2017 Portugal 18:01
    "Governo tinha autorizado reconstrução da vedação dos Paióis de Tancos".....Governo?????? vedação?????? Ridículo! Claro que se fosse uma "Autoridade" ou um "Instituto" ou uma EPE não era preciso ir ao Governo...o administrador mandava e pronto...mesmo com verbas publicas. Para quando o fim destas palhaçadas burocráticas e respectivos contornos, quando úteis?
  • Rui
    30 jun, 2017 Lisboa 23:35
    Das duas uma ou vão vender ou vão assaltar bancos ou carros de transporte de valores. Como tal pessoal acautelem-se que isto vai começar feder. É uma vergonha onde chegamos....
  • Fernando Alves
    30 jun, 2017 Avanca 19:15
    Dos roubos de armas ocorridos nos últimos anos em instalações militares ou PSP, porventura alguma acabou devidamente esclarecida? Se as forças de segurança e militares são roubadas nas suas próprias "casas" serão confiáveis? Alguém duvida de que muitos casos são do tipo "inside job"?
  • João Teles
    30 jun, 2017 Almada 19:02
    Não deixa de ser estranho que haja uma autorização de 05/06/2017, para a libertação de verbas para a reconstrução da vedação dos Paióis Nacionais de Tancos e que seja publicada em DR 2 dias após os roubos (pelos vistos, aqueles que sabemos). Já agora, permito-me um de raciocinio: caso não tivéssemos conhecimento deste roubo, pelos vistos, feito há dois dias, teria o Governo publicado, em DR, aquela autorização de 05 de Junho? Isto cá para mim é parecido com as decisões finais das candidaturas ao Portugal 2020. As decisões finais não aparecem, mas, caso alguém questione a Equipa Técnica do Portugal 2020, lá aparece, ao fim de meia duzia de dias, um parecer desfavorável (com os mais disparatados motivos), com um parecer intermédio de há alguns meses atrás...porque será? O problema parece-me ter que ver com a libertação da componente nacional que o nosso Governo não tem, por ter desviado para outros fins!!!
  • Luis
    30 jun, 2017 Viseu 18:46
    Como é que se pode confiar numa organização que deve defender o país, quando não é capaz de se defender a si própria?
  • MCL
    30 jun, 2017 Buelas 18:44
    O PSD e a cassete do costume, a qual já não sabe mais nada que é querer ouvir tudo e mais alguma coisa na AR. Penso que se não houvesse Eleições não haveria tanta caramunha.
  • JACS
    30 jun, 2017 GAIA 18:29
    nem sabia que havia mãos ilícitas...., pensava que todas tinhas donos .
  • GNC
    30 jun, 2017 18:20
    Notícia e despacho convenientes à brava! Coitado deste governo, quase que safava o problema feito pelos outros mas por 3 dias não conseguiram... Santo descaramento. No final de contas, acabam por assumir que demoraram 2 anos a perceber que não havia segurança nesse local, há precisamente esse mesmo tempo.
  • sergio
    30 jun, 2017 vagos 18:18
    Mas que raio de governo é este que só funciona por reacção? E prevenir os (maus) acontecimentos, não? É o "deixa andar" e depois logo se vê?... Inacreditável como existe tanto amadorismo no seio do governo. Já não chegava a MAI agora também na defesa!

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