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Sarampo

Há mais de 10 mil crianças não vacinadas. Governo recusa tornar vacinação obrigatória

19 abr, 2017 - 11:15

Autoridades de saúde garantem que a propagação do sarampo não representará em Portugal um problema de "grande escala".

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O director-geral da Saúde, Francisco George, estima que haja, em Portugal, entre 10 mil a 15 mil crianças não vacinadas contra o sarampo. O dado foi revelado durante a conferência de imprensa conjunta com o ministro da Saúde, após a notícia da morte da jovem de 17 anos que estava doente com sarampo.

Os dois dirigentes fizeram renovados apelos à vacinação. "Assistimos a um combate muito desleal entre a ciência e a opinião (...). A melhor resposta é a prevenção. É tempo de parar com a opinião e a especulação sobre a evidência científica", afirmou o ministro.

Adalberto Campos Fernandes apelou ainda à população para confiar no sistema de saúde e na capacidade de uma comunidade "solidária e responsável".

"Não julgamos pais, não fazemos juízos de valor. Por vezes, por falta de informação, são levados a tomar as medidas erradas. O valor da vacina é superior à vantagem individual", acrescentou.

Apesar do relevo dado à vacinação, o ministro da Saúde garante que não está em causa tornar a vacinação obrigatória.

“O proibicionismo não é a norma nos países mais desenvolvidos da Europa e em Portugal demonstrou que foi possível atingir níveis de sucesso e de exemplaridade num programa de vacinação sem medidas de autoritarismo social que nós entendemos que devem ser discutidas mas que não é este o momento para discuti-las”., disse o ministro.

Adalberto Campos Fernandes lembrou ainda que Portugal tem há 40 anos “um programa de vacinação eficaz, efectivo, em que a questão da obrigatoriedade não se colocou e em que a responsabilidade social, individual e comunitária foi e tem sido em termos europeus um exemplo”.

Pelo menos 14 países europeus têm registado surtos de sarampo desde o início deste ano, com a Roménia a liderar o número de casos, com mais de quatro mil doentes em seis meses.

De acordo com o Francisco George, a Itália acaba de notificar 1.500 casos, 10% em enfermeiros e médicos, mas em 90% as pessoas a quem foi diagnosticada esta condição não estavam vacinadas.

Segundo o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa), o número de países europeus com casos de sarampo foi crescendo no início deste ano e quase todos eles terão ligação ao surto que começou na Roménia em Fevereiro de 2016.

Além de Portugal, registaram surtos de sarampo a Áustria, Bélgica, Bulgária, Espanha, Dinamarca, França, Alemanha, Hungria, Islândia, Itália, Suíça e Suécia.

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  • Ricardo
    19 abr, 2017 Coimbra 22:30
    Se não querem vacinar os filhos que os levem e vivam com eles no monte, isolados de tudo e todos. Não é admissível que o comportamento destes pseudoiluminados coloque em risco a saúde dos outros. Por mim é simples: não vacinam, não têm quaisquer direitos sociais, nomeadamente acesso a instituições de ensino ou cuidados de saúde.
  • Alexandre.pt
    19 abr, 2017 Braga 15:04
    ...só tem mais que ser obribatória! Deixemo-nos de "teorias" socialmente correctas. O realismo, a realidade, diz que foi necessário recorrer a serviço público de saúde, por falta de vacinação. ...haja dinheiro público depois para pretenciosismos... Quem dera muita nação ter o direito de acesso à vacinação! Depois dizem: "Este País"... Só cá falta mentalidade.
  • Andreia
    19 abr, 2017 14:10
    A vacinação, colocando em perigo a saúde da comunidade, devia ser obrigatória!
  • Teresa
    19 abr, 2017 lisboa 12:10
    somos obrigados por lei a milhentas coisas, até por o cinto de segurança, mas as vacinas estão à vontade de cada um. Não se compreende nem aceita.

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