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Imediatismo, precariedade e corrida às audiências são problemas da comunicação social

13 jan, 2017 - 17:20

O congresso de jornalistas portugueses, que está a decorrer em Lisboa, recebeu esta sexta-feira os directores de vários órgãos de comunicação social.

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Redacções mais magras, com salários cada vez mais reduzidos e a corrida às audiências são factores que prejudicam o jornalismo, segundo os vários directores de órgãos de comunicação social que marcaram presença no segundo dia do congresso dos jornalistas portugueses, que decorre em Lisboa.

Entre outros apontamentos, os directores afirmaram que nunca a informação jornalística teve tanto tempo e tanto espaço para se difundir, mas depara-se com vários problemas que muitas vezes começam a afectar o conteúdo e a qualidade da mesma.

Uma linha comum a todos os discursos foi o problema da falta de tempo que os jornalistas hoje têm para pensar e reflectir com calma nos conteúdos que produzem. As tecnologias vieram ajudar, mas também prejudicam.

A directora de informação da Renascença, Graça Franco, apontou o imediatismo como principal dificuldade. “O principal desafio é o do tempo. Ter tempo para pensar é difícil e às vezes temos a tentação do já. É muito difícil compaginar as duas coisas. Quando vou para antena e me pedem um comentário sobre uma coisa que acabou de sair, tenho de resistir a ter uma opinião definitiva, como é moda agora. Isso é o que às vezes dá mais audiência, mas ao qual temos de resistir.”

Já Ricardo Costa, director de informação do grupo Impresa, diz que é preciso saber agarrar cada vez mais o leitor, espectador ou ouvinte. “Estamos perante a maior audiência que alguma vez tivemos na vida, seja num jornal, rádio ou televisão, nunca tivemos a hipótese de trabalhar para tanta gente – mas que valoriza cada vez menos o nosso trabalho.”

“A comunicação social ficará para a história da economia como único sector do mundo que resolveu oferecer o que faz de borla. E esse é o maior problema.”

As redacções estão cada vez mais novas, e os directores não vêem nisso um problema. Mas estão também cada vez mais precárias, e dizem ter consciência disso.

João Paulo Baltazar, da Antena 1, deixou um desafio e diz ser preciso ter coragem para se parar, fazer menos e melhor.

Já David Dinis, do jornal Público, sublinha que é preciso repensar também a forma como a informação é servida ao público, isto porque já la vai o tempo em que esse mesmo público queria apenas notícias breves e curiosidades. A experiência mostra que as pessoas querem informar-se mesmo sobre matérias mais complicadas como a economia.

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