22 nov, 2016 - 16:09 • Hugo Monteiro
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Só na Guarda mais de 100 crianças ficam todos os anos no hospital depois de terem sido abandonadas ou retiradas aos pais. A vice-presidente do Instituto de Apoio à Criança (IAC), Dulce Rocha, pede uma urgente agilização dos processos de adopção.
A Renascença revelou esta terça-feira, no espaço de grande reportagem (todas as terças-feiras, depois das 12h00), que o hospital Sousa Martins, na Guarda, regista uma média anual de 100 casos de crianças retiradas aos pais ou rejeitadas à nascença pelos progenitores. Ficam meses – ou anos – à espera de um destino por falta de resposta das instituições de acolhimento.
Confrontada com estes factos, Dulce Rocha diz que, nestas situações, “em que pode não existir condições para confiar a criança à família, deve ser sempre procurada uma solução segura, estável”, como uma família de acolhimento.
Por isso, a vice-presidente do IAC reconhece ser “fundamental” agilizar o processo através do qual estas crianças podem vir a ser adoptadas porque “a solução não é ficar muito tempo num hospital” à espera de uma família. Na Guarda, uma criança viveu até aos dois anos de idade no hospital da Guarda.
Casos como este são inadmissíveis, diz Dulce Rocha, que defende que “algo estará a falhar” porque há “instituições prontas para receber as crianças, apesar de algumas estarem lotadas”.
“É preciso consultar todas”, sublinha, porque “isto não pode acontecer. Está muito estudado o prejuízo o dano psicológico que pode advir do não estabelecimento de relações afectivas profundas nos primeiros meses de vida”.