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Crianças à espera de destino no hospital. “Está a falhar articulação entre justiça, saúde e Segurança Social”

22 nov, 2016 - 19:03

Reportagem da Renascença revelou que só na Guarda mais de 100 crianças ficam todos os anos no hospital depois de terem sido abandonadas ou retiradas aos pais.

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O padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), considera que "está a falhar a articulação entre justiça, saúde e Segurança Social” e garante que “as instituições têm capacidade de acolhimento” de crianças.

A Renascença revelou esta terça-feira, no espaço de grande reportagem (todas as terças-feiras, depois das 12h00), que o hospital Sousa Martins, na Guarda, regista uma média anual de 100 casos de crianças retiradas aos pais ou rejeitadas à nascença pelos progenitores. Ficam meses – ou anos – à espera de um destino por falta de resposta das instituições de acolhimento.

O padre Lino Maia assegura que que existem instituições com capacidade para acolher essas crianças mas admite que ”por vezes os serviços públicos funcionam mal” e que “talvez também haja alguma ideologização do assunto”.

"Devemos evitar a institucionalização, mas há casos em que ela tem de acontecer mesmo”, aponta. “Por isso, é importante que ponhamos estes serviços públicos a funcionar articuladamente, porque as instituições têm capacidade de acolhimento, querem acolher e querem pugnar por um futuro bom para estas crianças que são abandonadas”, diz o presidente da CNIS.

Lino Maia sublinha ainda que a importância de funcionar a justiça e Segurança Social. “As instituições só podem acolher as crianças colocadas por estes serviços públicos, estes é que têm actuar e com urgência.”

Já o bispo da Guarda, D. Manuel Felício, diz ter ficado “muito incomodado” com a notícia e que é “preocupante” terem passado mais de 100 crianças pelo hospital nessa situação.

“Temos de cuidar da grande instituição de que as crianças precisam, que é a família. Depois temos de cuidar das instituições que substituem a família para elas poderem exercer a sua missão”, defendeu, em entrevista à Renascença.

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