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Bastonária culpa Ministério Público por fugas de informação

05 nov, 2016 - 11:50

No programa Em Nome da Lei da Renascença, Elina Fraga dá o exemplo do "acompanhamento de buscas e detenções em directo". Já o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público diz que os processos mediáticos contaminam a imagem da Justiça.

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Elina Fraga. "O Ministério Público instrumentaliza a opinião pública através da comunicação social"
Elina Fraga. "O Ministério Público instrumentaliza a opinião pública através da comunicação social"

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O Ministério Público é o grande responsável pelas fugas de informação da investigação criminal, acusa a bastonária da Ordem dos Advogados no programa Em Nome da Lei da Renascença.

Elina Fraga reforça uma acusação que já fizera na Renascença e que lhe valeu o levantamento de um inquérito, pela procuradora-geral da República, entretanto arquivado.

“O que tem acontecido na comunicação social é o acompanhamento de buscas e detenções em directo. Essa informação, naturalmente, tem que partir da investigação criminal”, atira a bastonária dos advogados.

“Basta ver uma determinada publicação, que eu não vou aqui referenciar, para todos os dias estar aí transcrito o que a investigação criminal está a fazer”, sublinha.

A quem diz que os “arguidos deslegitimam as decisões através da comunicação social”, Elina Fraga responde que “porventura é o Ministério Público que, muitas vezes, instrumentaliza através da comunicação social a opinião pública, procurando com isso legitimar a sua actuação”.

O presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público diz que os processos mediáticos contaminam a imagem da Justiça.

São normalmente casos de grande complexidade, demoram muito tempo a investigar e deixam na opinião pública uma falsa ideia de morosidade. Mas a média dos processos em Portugal é de cinco meses e meio, garante António Ventinhas.

O Sindicato dos Magistrados Judiciais admite que há um “grave problema de eficácia” na Justiça portuguesa, que resulta sobretudo da falta de meios. António Ventinhas diz que há anos que esperam por mais 200 magistrados, mais de mil funcionários judiciais e por um sistema informático fiável.

Já Eduardo Paiva, da Associação Sindical dos Juízes, acha que a Justiça tem sobretudo um problema de imagem e má comunicação que é urgente corrigir. As sentenças, diz o juiz, têm de ser explicadas à opinião pública pelos tribunais.

“As decisões dos tribunais muitas vezes vão para a opinião pública de forma enviesada, não são transmitidos de forma efectiva. A Justiça tem que comunicar, tem que informar os cidadãos das decisões os cidadãos das decisões. Não é vir para a praça pública discutir, é passar a informação e isso passa por os presidentes dos tribunais comunicarem as decisões”, defende Eduardo Paiva.

Comentários
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  • Fields
    08 nov, 2016 Lx 18:28
    Desde que soltaram dois ou 3 marroquinos que estavam em prisão preventiva por trafico internacional de droga e se esqueceram do perigo de fuga a justiça passou a ser uma piada, nem sequer merece ser chamada de justiça. Os marroquinos esses, nunca mais os viram! Mas que lhes deve ter custado uma pipa de massa esta alteração da medida de coação disso não tenho dúvidas. A única coisa que vejo na justiça é um sorvedouro dos meus impostos para sustentar a vaidade das varas. Quem lhe pôs o nome sabia o que fazia.
  • Carmo Barbosa
    05 nov, 2016 Coimbra 21:25
    Doutora até me assustei quando olhei para a foto.Parecia-me aquelas mulheres que sempre vestem casacos negros do Bloco.Mas depois vi que me tinha enganado.Olhe concordo 100% consigo. Só digo "fogo à peça" mas com boa pontaria.felicidades.
  • Paulo Antonio
    05 nov, 2016 Coimbra 18:12
    Até que enfim alguem diz que o rei vai nú....
  • tangará
    05 nov, 2016 CASTELO BRANCO 17:53
    O mais engraçado é ser ABSOLVIDO e estar a pagar...
  • A Martins
    05 nov, 2016 Braga 17:21
    A partir do momento que a Justiça Portuguesa sentenciou um elemento da GNR a pagar uma indemnização, num caso de assalto, perseguição e morte de um dos ladrões, menor de idade, a minha perceção sobre a Justiça e muito negativa. A partir do momento que por um erro básico do Ministério Público, em Braga, um caso de corrupção de milhões foi invalidado, a minha perceção sobre a confiança e independência da Justiça, face às diversas situações, merece-me muitas reticências. Quando nas TVs há transmissões, em direto, de diligências judiciais, é um pouco da seriedade de quem aplica a justiça que se perde. O que eu não quero, é entrar num tribunal, seja como testemunha, como arguido, ou como queixoso, porque não tenho qualquer confiança nessas instituições.
  • NL
    05 nov, 2016 Ermesinde 16:58
    Tudo neste mundo tem solução. Em Portugal, nesta altura, ainda não encontraram a solução para os gabirus que se acotovelam para se armarem em libertadores da Pátria. Portugal é a Pátria mais antiga da Europa. Tem gente suficiente para defender os seus direitos. Custe o que custar.
  • Alves
    05 nov, 2016 Castelo Branco 16:56
    A Justiça feita na praça pública não é digna nem "justa". Na vertigem mediática condenam-se previamente inocentes, perturbam-se investigações, movem-se outros interesses que não a verdadeira justiça, etc.. Sra. Bastonária, ajude a acabar com a vergonha da conivência de agentes judiciários e de certa comunicação social.
  • José
    05 nov, 2016 Sintra 16:55
    Gostava que houvesse uma justiça clarinha, mas em minha opinião ela é muito nublada.
  • Jorge Silva
    05 nov, 2016 Lisboa 15:53
    Se isso é verdade, é muito grave.
  • Para refletir...
    05 nov, 2016 Almada 15:41
    É melhor discutir na praça publica de forma transparente que nos tribunais dentro de quatro paredes, sem ninguém saber. Até que enfim uma boa frase, "As sentenças, diz o juiz, têm de ser explicadas à opinião pública pelos tribunais.". Eu sublinho explicadas, não apenas comunicadas. Acho bem que os media estejam presentes, pois só eles podem garantir que não há irregularidades. O problema é que os media por vezes fecham os olhos, censuram quase tudo.

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