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​DGS quer reduzir quantidade de açúcar nos pacotinhos para metade

14 jan, 2016 - 10:50

Ordem dos Médicos aplaude a medida, mas diz que não é suficiente.

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A Direcção-Geral da Saúde (DGS) entregou ao Ministério da Saúde uma proposta que reduza para metade ou menos de metade (dos actuais oito gramas para apenas quatro ou três gramas) a quantidade de açúcar das embalagens individuais servidas na restauração.

A medida sugere ainda que seja obrigatório que estes pacotes apenas sejam disponibilizados aos clientes que o pedirem.

A notícia é avançada pelo “Público”. De acordo com o jornal, esta proposta é a primeira de um lote de medidas que pretendem reduzir o consumo de açúcar e, consequentemente, diminuir a taxa de doenças crónicas, especialmente a diabetes tipo 2 e a obesidade, dois dos principais problemas de saúde pública em Portugal.

Contactada pela Renascença, a Ordem dos Médicos considera a medida positiva, mas diz que não chega.

“Acho que este tipo de medidas só funciona se for acompanhada de informação e isso é que está a faltar ao país”, diz Miguel Guimarães, da secção do Norte da Ordem.

A proposta foi desenvolvida no quadro de um programa a que a DGS chama “Uma nova ambição para a saúde pública” e os trabalhos estão "na fase inicial". Seguir-se-ão, depois, outras medidas, entre as quais um aumento das taxas dos produtos alimentares com excesso de açúcar, como tinha chegado a ponderar o anterior executivo.

Recomendações e alertas da OMS

Em Março de 2015, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tomou uma posição e recomendou que o consumo de açúcares simples adicionados à alimentação se mantivesse abaixo de 10% das calorias ingeridas diariamente, aproximando-se idealmente de 5% do total de energia consumida. Isto significa que o total de açúcar adicionado aos alimentos (por exemplo em refrigerantes, sobremesas, cereais de pequeno-almoço) não deverá ultrapassar as seis colheres de chá de açúcar por dia. Uma lata de refrigerante tradicional pode conter 10 colheres de chá de açúcar.

Segundo a OMS (que se baseia nos últimos estudos disponíveis), o consumo de açúcar pelas crianças portuguesas aproxima-se dos 25% da energia ingerida diariamente, ou seja cinco vezes acima dos 5 % ideais. Estudos recentes, como o EPACI (Estudo do Padrão de Alimentação e de Crescimento na Infância),desenvolvido em parceria pela Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, a Faculdade de Medicina e o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, e o Geração 21 indicam que as crianças portuguesas começam a consumir doces muito cedo, logo a partir dos 12 meses. Aos quatro anos, mais de metade bebe já refrigerantes açucarados todos os dias e 65% come doces diariamente.

Comentários
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  • tuga
    15 jan, 2016 Lisboa 01:55
    já existem pacotes com diversas quantidades, não é novidade nenhuma!
  • Paulo
    14 jan, 2016 vfxira 14:30
    Ora aqui está uma boa medida.Quem for mais "guloso" pode pôr dois ou mais.
  • Paulo
    14 jan, 2016 vfxira 14:30
    Ora aqui está uma boa medida.Quem for mais "guloso" pode pôr dois ou mais.
  • toné
    14 jan, 2016 Norte 12:47
    Ideia absurda. Pelo que leio no artigo, parece-me mais importanto controlar outros aspectos da alimentação, pois é daí que vem o consumo excessivo de açucar, do que reduzir para metade a quantidade num pacote de açucar. Reduzir para metade a quantidade de açucar num pacote não resolve nada se se continuarem a beber refrigerantes e a comer doces diariamente. Aí sim está o açucar que não se controla nem se sabe a real quantidade. Agora um pacote de açucar de 6 ou 7 gramas? É o menor dos males.
  • Rui
    14 jan, 2016 Marinha Grande 12:46
    Já nem falo numa questão de saúde; é um caso simples de estupidez. Se há imensas pessoas que só gastam meio pacote de açúcar (ou até menos), o que resta vai para o lixo porque nem sequer é permitido aproveitá-lo (em situações abertas a público). Se um pacote não chegar (para alguns), pede dois, ou três. Nunca vi ninguém a negar um pacotinho de açúcar extra. Se os pacotes forem mais pequenos, a metade que não se gastou ainda tem serventia.
  • Vitor Oliveira
    14 jan, 2016 Maia 12:46
    Falta saber se os cafés/confeitarias não passarão a fornecer 2 pacotinhos em vez de 1...Por outro lao, também é necessário combater seriamente o excesso de sal, quer seja nos produtos confecionados, quer seja nos restaurantes. Será algo imposto verticalmente, dado que são os clientes que pedem a comida devidamente "condimentada", segundo alegam alguns donos de restaurantes. E o resultado é o seguinte: quem não gosta e se preocupa com a saúde só escapa desse mau hábito se deixar de comer fora e levar comida de casa p/o trabalho.
  • Pedro Ribas
    14 jan, 2016 Covilha 12:41
    É usar dois de cada vez...
  • desatina carreira
    14 jan, 2016 queluz 12:35
    não a problema trago de casa
  • Zé Nabo
    14 jan, 2016 Porto 12:30
    Treta! A preocupação não é a saúde, mas sim outra. Há muita gente que só põe deita-pacote de açúcar no café, outros nem açúcar deitam. Mas os que o deitam, ao menos sabem que estão a comer açúcar. Porque é que a DGS não se dedica antes a combater o açúcar escondido em muitos outros produtos, alguns deles etiquetados até como "saudáveis"? Não dá lucro? Dá mais trabalho?
  • maria
    14 jan, 2016 setubal 12:16
    Concordo, avancem com a ideia

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