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Misericórdia de Bragança quer fixar refugiados "que tragam crianças que animem as freguesias"

16 set, 2015 - 19:20 • Olímpia Mairos

"Podemos fixar famílias que trabalhem, que se desenvolvam, que se auto-sustentem, que dinamizem a economia local, que tragam crianças que animem as freguesias", diz provedor.

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Misericórdia de Bragança quer acolher refugiados - Olímpia Mairos
Peça de Olímpia Mairos

A Santa Casa da Misericórdia de Bragança (SCMB) está a desenvolver um projecto que visa fixar na região refugiados que venham a ser acolhidos em Portugal e, ao mesmo tempo, contribuir para o repovoamento as aldeias do concelho.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, Eleutério Alves, explica que o projecto consiste em “criar condições nas freguesias para fixar famílias de refugiados”.

Além da resposta humanitária, a iniciativa tem também como propósito “inverter a situação demográfica do concelho de Bragança”, fixando “famílias que possam, elas próprias, dinamizar, melhorar, as freguesias rurais”.

“Uma aldeia que tem pouca gente ou quase gente nenhuma, mas tem casas vazias, tem terras que não estão trabalhadas, se nós conseguirmos que essas casas sejam colocadas ao serviço deste projecto e as terras também, nós podemos fixar famílias que trabalhem, que se desenvolvam, que se auto-sustentem, que dinamizem a economia local, que tragam crianças que animem as freguesias”, realça.

O levantamento dos edifícios disponíveis nas aldeias, como casas do povo, florestais, dos antigos cantoneiros ou escolas abandonadas e o plano de acção, com vista à sua reabilitação, deve estar concluído dentro de 30 dias. A Misericórdia de Bragança quer candidatar depois o projecto a fundos comunitários.

Educação e cultura

A ideia do projecto partiu de Sara Cameira, colaboradora da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, com o objectivo de responder às necessidades a longo prazo.

A mentora explica que o plano quer “responder às necessidades básicas dos refugiados em termos de alimentação, vestuário, cuidados primários de saúde”, mas contempla também “formação educativa, com o ensino prioritário do português, cultura, hábitos locais e tradições”, para que eles se “integrem verdadeiramente na sociedade, tendo em atenção o grau de qualificação que eles têm e quais as expectativas”, enfatiza Sara Cameira.

Os promotores propõem-se também trabalhar com as comunidades locais. “Esta aprendizagem intercultural é necessária para que este projecto seja de facto integrador e eficaz.”

É ainda objectivo da Misericórdia de Bragança lançar uma bolsa de empresários para a criação de oportunidades de emprego.

A Misericórdia de Bragança é a entidade promotora do projecto considerado pioneiro a nível nacional e tem promessas de parceria da Segurança Social e da Câmara de Bragança. É intenção da instituição angariar outros parceiros para o seu desenvolvimento nomeadamente o Politécnico de Bragança, associações de desenvolvimento, centros de saúde ou juntas de freguesia.

No imediato, e logo que as autoridades nacionais o determinem, a instituição tem condições para receber “dez a 12 cidadãos” na fase de acolhimento de emergência.

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