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Investigação

Russiagate. Novas buscas no Parlamento Europeu

29 mai, 2024 - 11:28 • Daniela Espírito Santo , Olímpia Mairos

Em causa, avança a imprensa local, está o caso Russiagate, onde alegadamente diversos eurodeputados foram pagos para promover propaganda russa, inclusive num site, o "Voice of Europe".

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As autoridades belgas voltaram a fazer buscas relacionadas com o chamado “Russiagate” no Parlamento Europeu. As buscas aconteceram numa habitação, em Bruxelas, e nos escritórios do Parlamento Europeu em Estrasburgo e Bruxelas.

Em causa, avança a imprensa local, está o caso Russiagate, onde alegadamente diversos eurodeputados foram pagos para promover propaganda russa, inclusive num site, o "Voice of Europe".

Em comunicado, o Ministério Público Federal esclarece que “no âmbito de um processo do Ministério Público Federal lançado em abril de 2024, a Polícia Judiciária Federal de Bruxelas realizou, por ordem de um juiz de instrução do tribunal de língua holandesa de Bruxelas, buscas na casa de um colaborador do Parlamento Europeu em Schaerbeek, bem como no seu escritório do Parlamento Europeu em Bruxelas”.

“Simultaneamente, em estreita colaboração com a Eurojust e as autoridades judiciais francesas, foi igualmente efetuada uma busca, a pedido do juiz de instrução belga, no gabinete deste funcionário no Parlamento Europeu em Estrasburgo", acrescenta o comunicado.

Segundo a imprensa, as buscas visaram o escritório de Marcel de Graaff, eurodeputado não inscrito do partido holandês Fórum pela Democracia, um partido nacionalista, conservador e eurocético, e que antes trabalhou para o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

O eurodeputado Marcel de Graaff revelou, através da rede social X, que as buscas visam o seu assistente parlamentar, Guillaume Pradoura, negando “qualquer envolvimento em qualquer operação de desinformação russa”.

Ainda de acordo com a nota do Ministério Público Federal, as buscas fazem parte de “um caso de ingerência, corrupção passiva e participação numa organização criminosa, e dizem respeito a indícios de ingerência russa, segundo os quais membros do Parlamento Europeu foram abordados e pagos para promover propaganda russa através do sítio web de notícias Voz da Europa”.

Recorde-se que o caso foi denunciado recentemente pelo primeiro-ministro belga, que anunciou um novo inquérito à alegada influência do Kremlin - Alexander De Croo denunciou uma rede de financiamento para uma "dupla operação de desinformação e ingerência", com o site "Voice of Europe" a propagar desinformação online e casos de alegada corrupção de eurodeputados por uma organização pró-Moscovo.

Na sequência deste caso, o Parlamento Europeu anunciou estar a discutir "de forma intensa" as suspeitas de corrupção de eurodeputados por uma organização pró-Moscovo, bem como a desinformação propagada online no site "Voice of Europe".

[Notícia atualizada às 13h40 de 29 de maio de 2024]

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