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Tribunal Internacional manda Israel parar ofensiva em Rafah

24 mai, 2024 - 14:43 • Diogo Camilo

O principal tribunal da ONU ordena que Israel pare "imediatamente" a sua ofensiva em Rafah e abra as fronteira da Faixa de Gaza com o Egito. Ministro israelita diz que decisão é "pedir a Israel que deixe de existir".

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O Tribunal Internacional de Justiça (ICJ) ordenou esta sexta-feira Israel a parar as manobras ofensivas em Rafah e abrir as fronteiras da Faixa de Gaza com o Egito.

Em decisão com 13 votos a favor e dois contra, os juízes do principal tribunal das Nações Unidas (ONU) indicaram que as medidas impostas em março não resultaram em progressos no enclave palestiniano, impondo novas regras.

“Israel deve parar a sua ofensiva militar imediatamente”, indicou o presidente Nawaf Salam, após um pedido da África do Sul, uma semana depois do país ter acusado Israel de genocídio.

Na decisão, os juízes ordenam Israel a "parar imediatamente a ofensiva militar" em Rafah e a "manter aberto o Terminal de Rafah" de maneira a garantir serviços básicos necessários e assistência humanitária, além de pedir medidas para garantir a passagem de comissões de inquérito e missões de investigação na região.

Israel tem vindo a descartar as acusações de genocídio, argumentando que as operações em Gaza têm por base a auto-defesa e que tiveram como alvos militantes do Hamas que atacaram o país a 7 de outubro.

Este mês, Israel iniciou uma ofensiva sobre a região de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, obrigando centenas de milhares de palestinianos a fugirem da cidade que se tornou num abrigo de refugiados para metade da população de 2,3 milhões.

Hamas aclama decisão, ministro israelita diz que é "ordem para Israel deixar de existir"

Em comunicado, o Hamas aplaudiu a decisão do tribunal internacional, mas indica que não é o suficiente para impedir a ocupação israelita da Faixa de Gaza.

"Pedimos ao Conselho de Segurança da ONU para substituir esta ordem do Tribunal Internacional por medidas práticas que façam com que o inimigo zionista implemente a decisão", indicam em comunicado.

Já o ministro conservador israelita Bezalel Smotrich afirmou que Israel não irá aceitar a decisão do tribunal. Líder de um dos partidos nacionalistas e titular da pasta das Finanças no governo de Benjamin Netanyahu, Smotrich indica que pedir a Israel que pare a guerra com o Hamas é "ordenar que Israel deixe de existir". "Os israelitas não vão concordar com isso", indica também em comunicado, citado pela Reuters.
[atualizada às 16h21]
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