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“Investir mais na prevenção do que no combate aos fogos”. Experiência portuguesa debatida na ONU

08 mai, 2024 - 00:32 • Marisa Gonçalves com Lusa

Em declarações à Renascença, o presidente da AGIF destaca a importância de valorizar os recursos naturais e envolver os proprietários na gestão das florestas.

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O presidente da Agência Para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), Tiago Oliveira, defendeu, esta terça-feira, nas Nações Unidas, um mecanismo internacional para que se crie um programa global de gestão de incêndios.

Em declarações à Renascença, desde Nova Iorque, diz que a experiência portuguesa é uma ajuda a que se possa investir mais na prevenção do que no combate.

“É criar um mecanismo de articulação das políticas relacionadas com a economia, a agricultura, a pastorícia, tornando a solução mais holística, como se fosse uma abordagem de todo um governo a um problema. Todos os países têm que sair do modelo tradicional, de prevenção e combate, para ter uma abordagem mais alargada, envolvendo as políticas e articulando os atores. São coisas mais ao nível da governação”, destaca.

Tiago Oliveira destaca a importância de valorizar os recursos naturais e envolver os proprietários na gestão das florestas.

“Por exemplo, valorizar os recursos naturais para que os proprietários não abandonem as terras, remunerar os serviços dos ecossistemas, promover a gestão com cabras, ovelhas e suinicultura. São tudo coisas boas e se forem feitas com escala vão consumir menos recursos no combate”, salienta.

Segundo dados avançados pela AGIF, em 2023 o investimento total em prevenção e combate duplicou face a 2017, sendo também o ano com maior esforço de sempre ao representar cerca de 500 milhões de euros. Também no ano passado, registou-se pela primeira vez, zero vítimas fatais entre civis e operacionais em incêndios ou em queimas e queimadas.

Tiago Oliveira diz que o valor de investimento para esta próxima época de incêndios será praticamente o mesmo, mas apela a uma maior “eficácia” na prevenção, para poupar recursos.

“Os valores em previsão para 2024 estão dentro desta dimensão, entre 500 e 600 milhões de euros. Nós temos de reduzir aquilo que sai do Orçamento de Estado para podermos ser mais eficazes no consumo de investimentos de outros fundos. Isso envolve uma articulação com o Ministério das Finanças e outros mecanismos. O país tem recursos financeiros em quantidade suficiente para abordar este problema, agora, temos é que ser mais eficazes a envolver os proprietários, e as empresas para que façam catividades que reduzam a carga de combustível”, sustenta.

Tiago Oliveira diz que “Portugal é um dos poucos países do mundo que está a ter bons resultados com um equilíbrio entre prevenção e combate”.

Decorre em Nova Iorque a 19.ª sessão do Fórum para as Florestas das Nações Unidas. Um dos temas em debate é a gestão integrada do fogo.

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