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Gripe aviária transmissível entre humanos? OMS está muito preocupada

18 abr, 2024 - 13:52 • Lusa

O problema, para a Organização Mundial de Saúde, é que o vírus, que tem "uma taxa de mortalidade extraordinariamente elevada" em pessoas infetadas, se adapte e passe a ser transmissível entre humanos.

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É com "enorme preocupação" que a OMS vê a crescente disseminação da estirpe H5N1 da gripe aviária para novas espécies, humanos incluídos. "Isto continua a ser uma enorme preocupação", declarou Jeremy Farrar, cientista-chefe da agência de saúde das Nações Unidas, numa conferência de imprensa em Genebra.

O problema, para a Organização Mundial de Saúde, é que o vírus, que tem "uma taxa de mortalidade extraordinariamente elevada" em pessoas infetadas, se adapte e passe a ser transmissível entre humanos. Até agora, a contaminação em humanos tem acontecido através do contacto com animais infetados.

Entre o início de 2023 e o dia 1 de abril de 2024, a OMS indicou ter registado um total de 889 casos humanos de gripe aviária em 23 países, incluindo 463 mortes, o que representa uma taxa de letalidade de 52%.

Além da vigilância dos humanos infetados por animais - vacas, num caso recente nos Estados Unidos - "é mais importante perceber quantas infeções humanas ocorrem sem se saber, porque é através destas que ocorrerá a adaptação do vírus", explicou Jeremy Farrar.

"É trágico dizê-lo, mas se eu for infetado com o H5N1 e morrer, acabou [a cadeia de transmissão do vírus]. Se andar entre as pessoas e o transmitir a alguém, dou início ao ciclo", acrescentou.

Para o responsável, os sistemas de vigilância e deteção de infeções nunca são de mais, mas notou que o caso norte-americano "ocorreu no país mais rico do mundo", onde se realizam estudos serológicos para ver se ocorrem transmissões junto dos criadores de vacas.

No início de abril, as autoridades norte-americanas indicaram que uma pessoa tinha testado positiva para a gripe aviária, após ter sido infetada por uma vaca leiteira no Texas.

Até agora têm sido muito raros os casos de transmissão para humanos.

Uma criança de nove anos com a estirpe H5N1 morreu de gripe aviária em fevereiro no Camboja, depois de em 2023 terem sido registadas três mortes no país.

No caso norte-americano, o único sintoma do doente foram os olhos avermelhados (como acontece numa conjuntivite), referiram as autoridades, acrescentando que o caso foi isolado e tratado com um medicamento antiviral para a gripe.

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