02 abr, 2024 - 08:33 • João Malheiro , Daniela Espírito Santo , Marta Pedreira Mixão com Reuters
Uma criança de 12 anos morreu, esta terça-feira, na sequência de um tiroteio numa escola primária na Finlândia. Pelo menos mais dois outros menores foram também atingidos e transportados para o hospital em estado grave.
Segundo avança a polícia local, em conferência de imprensa, o suspeito, já detido, também tinha 12 anos. Durante o interrogatório preliminar, a criança admitiu a culpa e entregou-se às autoridades depois de uma perseguição policial, a quatro quilómetros do local do crime, em Siltakami. A arma, uma pistola, pertencia a um familiar.
Ainda não se conhecem os motivos que levaram a criança - que também era aluno naquela escola - a cometer este crime. Como tem menos de 15 anos, será agora entregue aos serviços sociais. Não há mais suspeitos.
O ataque ocorreu na escola de Viertola, no subúrbio de Vantaa, em Helsínquia e está a ser tratado pelas autoridades como um homicídio e tentativa de homicídio.
A escola estima ter cerca de 800 alunos, do primeiro ao nono ano, e 90 funcionários. A polícia chegou ao local em nove minutos, asseguraram as autoridades, que foram alertadas do incidente via denúncia.
O primeiro-ministro da Finlândia, Petteri Orpo, já reagiu ao tiroteio, que apelidou de "profundamente chocante", garantindo que está a acompanhar de perto a situação. Mais tarde, acrescentou, em comunicado, que ainda não é possível perceber exatamente o que aconteceu esta terça-feira naquela escola, mas que o incidente o deixou "chocado", especialmente "por causa da tenra idade do suspeito".
"Quero dizer às crianças e jovens da Finlândia que as autoridades e pessoal escolar fazem de tudo, todos os dias, para prevenir que algo deste género aconteça", assegurou, em comunicado.
Horas depois, a Finlândia continua em choque. Tiroteios não são comuns na Finlândia, muito menos a envolver jovens. A ministra da administração interna local admitiu que incidentes similares foram prevenidos pelas autoridades, no passado, mas que, mesmo que "seja raro", "só um já é demais".
"O dia começou de uma forma horrível. Nem consigo imaginar a dor e preocupação que as famílias estão a viver neste momento, mas asseguro-vos que o responsável já foi apanhado", disse Mari Rantanen, no X (antigo Twitter).
Os pais dos restantes alunos tiveram de esperar três horas para poder ver os filhos, num momento de reencontro bastante emotivo, captado pelas câmaras dos media locais. À Reuters, uma mãe explicou que a sua filha, de 11 anos, lhe mandou uma mensagem após o tiroteio. "Ela disse-me que estavam no escuro, escondidos numa sala fechada. Não estavam autorizados a falar ao telefone, mas que podiam mandar mensagens", adiantou.
Em declarações aos jornalistas, já esta tarde, a ministra da Educação, Anna-Maja Henriksson, chorou ao recordar que "uma criança de 12 anos nunca mais vai voltar a casa da escola".
O Governo finlandês já decretou um dia de luto para esta quarta-feira, em honra das vítimas e das suas famílias.
[Notícia atualizada às 15h41 de 2 de abril de 2024]