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Moçambique. Moreira da Silva apela à comunidade internacional que "não esqueça" Cabo Delgado

14 fev, 2024 - 07:00 • Susana Madureira Martins (Renascença) e Helena Pereira (Público)

Presidente de Moçambique pediu às Nações Unidas que mantenham todos os projetos na província do norte do país. Situação de insegurança é "transfronteiriça", diz o subsecretário-geral de António Guterres. "Os ataques continuam" e crise é "mais do que latente".

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O subsecretário-geral das Nações Unidas (ONU) apela à comunidade internacional que não "esqueça" a situação de crise que se vive na província de Cabo Delgado no Norte de Moçambique.

Na recente entrevista que concedeu ao programa Hora da Verdade da Renascença e do jornal Público, Jorge Moreira da Silva lamenta que o tema tenha desaparecido da cena mediática mas, "na prática, os ataques continuam, a situação de insegurança mantém-se".

Moreira da Silva descreve a situação no terreno como uma "crise que é mais do que latente, é uma crise muito vísivel", na sequência dos sucessivos ataques terroristas, e diz esperar que "a comunidade internacional não se esqueça" de Cabo Delgado.

"A situação de insegurança é transfronteiriça", alerta Moreira da Silva que de resto, assume que "um dos maiores problemas" com os conflitos é que mais de 50% deles "começam nacionais e tornam-se regionais".

Nesta entrevista, o alto funcionário da ONU revela o apelo que o presidente de Moçambique lançou para que a UNOPS - o Escritório de serviços e projetos daquela organização - e também o Banco Mundial, mantenham os projetos que ambos têm "em curso" na região.

É um projeto considerado "essencial" pela ONU naquele território e que, segundo Moreira da Silva, "dá emprego às pessoas para que se possam fixar". Permite que as pessoas que "foram embora e que fugiram do conflito possam regressar e possam ter condições de vida, terem emprego e acesso a bem-estar social".

Há uma outra vertente do projeto da ONU em Cabo Delgado que está "associado à segurança e à proteção das pessoas". Jorge Moreira da Silva alerta, entretanto, para que se tenha "em atenção uma coisa básica" que é a "prevenção do conflito".

"Estamos demasiado presentes na remediação e no apoio depois do mal estar feito e muito pouco presentes na prevenção", assume o alto funcionário da ONU que revela que "só 4% de toda a ajuda ao desenvolvimento é investida na prevenção de conflitos".

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