10 out, 2023 - 10:50 • Lusa
A escolarização das crianças do sexo feminino em todo o mundo registou um "progresso substancial" desde 2015, mas ainda existam 122 milhões que não têm acesso à educação básica, especialmente na África subsaariana, anunciou esta terça-feira a UNESCO.
Nesta região, a proporção de meninas integradas no sistema de educação continua a ser muito inferior à dos rapazes e é também onde mais de metade das crianças em todo o mundo não frequenta a escola, revela esta terça-feira um relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
Por ocasião do Dia Internacional da Criança do Sexo Feminino, os autores do relatório de Monitorização Global da Educação (GEM, na sigla em inglês) salientam também que, no Afeganistão, a "exclusão em massa das meninas da educação" traduz-se pelo não acesso à escola primária de 60% daquele universo (contra 46% das crianças de sexo masculino) e 74% não frequentam a escola secundária (contra 50%).
A nível mundial, os progressos no acesso das crianças do sexo feminino à educação desde 2015 registam atualmente mais 22,5 milhões de meninas no ensino primário, 14,6 milhões na primeira fase do ensino secundário e 13 milhões na segunda fase.
Durante o período em análise, a percentagem de raparigas que concluem o ensino primário aumentou de 86% para 89%; de 74% para 79% na primeira fase do ensino secundário e de 54% para 61% na segunda.
Em suma, atualmente mais cinco milhões de raparigas concluem cada um destes três níveis de ensino por ano por comparação com 2015.
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A UNESCO congratula-se com estes progressos, mas apela a que se "dupliquem os esforços" até 2030 por forma alcançar-se o nível de escolarização total e insta os governos a investirem urgentemente nas áreas que considera fundamentais para o conseguir.
Em particular, os governos devem proporcionar às raparigas marginalizadas uma educação segura, gratuita e de qualidade; devem ainda recolher, analisar e utilizar dados desagregados por sexo e estatísticas de referência cruzada entre género, que lhes permitam a formulação de políticas específicas.
Os governos, recomenda ainda o relatório, devem também criar quadros jurídicos sensíveis ao género e optar por materiais de ensino e aprendizagem sensíveis ao género, que garantam uma representação equitativa de mulheres e raparigas nos currículos e manuais escolares, isentos de preconceitos, estereótipos e normas de género.