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Espanha. Sánchez convoca eleições antecipadas para 23 de julho

29 mai, 2023 - 10:20 • Marta Pedreira Mixão , com Lusa

Pedro Sánchez considerou que, na sequência dos resultados eleitorais deste domingo, os espanhóis devem "tomar a palavra".

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O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, anunciou, esta segunda-feira, a dissolução do parlamento e a antecipação das eleições legislativas nacionais para 23 de julho, depois de o seu partido, o PSOE, ter perdido para a direita nas regionais e municipais deste domingo, depois de o Partido Popular ter vencido em três das quatro maiores cidades espanholas, com a exceção de Barcelona.

Assim, as eleições legislativas espanholas previstas para o mês de dezembro darão lugar a antecipadas, a 23 de julho.

"Comuniquei ao Chefe do Estado a decisão de convocar, esta tarde, um Conselho de Ministros para dissolver o Parlamento e convocar eleições gerais. A convocação formal será publicada amanhã, terça-feira, no Diário Oficial do Estado, para que as eleições se realizem no domingo, 23 de julho", afirmou Pedro Sánchez.

"Embora as votações de ontem tivessem um âmbito municipal e regional, o sentido do voto transmite uma mensagem que vai mais longe e, por isso, como Presidente do Governo e também como secretário-geral do Partido Socialista, assumo os resultados em primeira mão e acredito que é preciso dar uma resposta. Só existe um método infalível, esse método é a democracia e, por isso, creio que o melhor é que os espanhóis e espanholas tomem a palavra, se pronunciem sem demora para definir o rumo político do país".

O calendário oficial das eleições gerais de 23 de julho será divulgado na terça-feira, iniciando o período eleitoral, que implica a proibição de realização de cerimónias de tomada de posse e a autorização para a divulgação de propaganda institucional.

O mapa regional e autárquico de Espanha deixou de ser dominado pelos socialistas com as eleições regionais e locais de domingo, que o PP ganhou, reivindicando o início de um "novo ciclo político" no país.

O PSOE liderava os executivos regionais de nove das 12 regiões autónomas que tiveram eleições no domingo e perdeu mais de metade, conservando apenas quatro: Astúrias, Canárias, Castela La Mancha e Navarra.

Por sua vez, o PP, que só governava duas das regiões que este domingo foram a votos (Madrid e Múrcia), poderá ficar a liderar oito, a que se juntam Andaluzia e Castela e Leão, que anteciparam para 2022 as eleições e que o Partido Popular também ganhou.

O Partido Popular foi a força política mais votada globalmente nas eleições municipais deste domingo em Espanha, tendo conseguido uma maioria absoluta em Madrid e conquistado Sevilha e Valência à esquerda.

Os resultados refletem uma mudança em relação às eleições municipais anteriores, de 2019, e esta foi também considerada a primeira vitória eleitoral do PP em Espanha desde 2015.

"O castigo a Sánchez apaga o PSOE do mapa"

A imprensa espanhola destacou "o descalabro" do partido socialista (PSOE) e do primeiro-ministro nestas e como o PP "arrasou" com uma vitória "sem paliativos".

"O PP arrasa em Madrid e multiplica o seu poder territorial", lê-se na manchete da edição impressa de hoje do jornal El País, que no editorial escreve que o Partido Popular (direita) conseguiu no domingo "um êxito sem paliativos", embora enfrente agora a decisão de aceitar ou não alianças com o VOX (extrema-direita) para governar várias regiões autónomas e cidades espanholas.

Num outro título, o mesmo jornal escreve que foi o "antisanchismo" que levou o PSOE a esta derrota e prejudicou vários barões regionais e locais do partido.

O jornal El Mundo escreve também que "o PP arrasa e o castigo a Sánchez apaga o PSOE do mapa".

No editorial, o diário defende que "Espanha castiga a forma de governar de Sánchez" e que o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, "impulsiona a mudança" num país governado pelos socialistas desde 2018 e que terá dentro de seis meses, em dezembro, eleições legislativas nacionais.

Para o El Mundo, as eleições de domingo, que Feijóo transformou num referendo ao "sanchismo", acabaram por ditar uma condenação às "alianças com populistas e independentistas" de Pedro Sánchez, que governa Espanha coligado com a plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos e que tem feito pactos com partidos catalães e bascos para aprovar leis como os orçamentos do Estado.

O ABC, outro jornal de âmbito nacional espanhol, escreve igualmente que o "PP arrasa e Sánchez arrasta o PSOE para o descalabro" e que a "perda de poder territorial" por parte dos socialistas "não encontra precedentes".

O La Vanguardia, que se publica na Catalunha, destaca que o PP ganhou as eleições numa noite "aziaga" para o PSOE, que Feijóo "se consolida" face às legislativas nacionais "com uma reviravolta no mapa territorial e em número de votos" e que "Sánchez sofre um duro golpe a apenas meio ano das eleições gerais".

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