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Sudão. RSF declarou cessar-fogo, mas confrontos continuam no final do Ramadão

21 abr, 2023 - 09:53 • João Cunha , Pedro Valente Lima

Forças de Apoio Rápido haviam declarado tréguas a partir das 6h00 desta sexta-feira, dia que marca o início da festividade muçulmana do Eid al-Fitr.

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As Forças de Apoio Rápido anunciaram, esta sexta-feira de manhã, ter chegado a um acordo de cessar-fogo com o exército sudanês. No entanto, relatos de habitantes nas cidades de Cartum e Bahri apontam para nova troca de tiros.

De acordo com a Reuters, a RSF (na sigla inglesa) tinha declarado um cessar-fogo de 72 horas a partir das 6h00 desta sexta-feira, data em que se iniciam os três dias de Eid al-Fitr - a festividade muçulmana que marca o fim do jejum do Ramadão.

"As tréguas coincidem com o abençoado Eid al-Fitr, de maneira a abrir corredores humanitários e dar uma oportunidade para se reunirem com as suas famílias", dizia o comunicado das Forças de Apoio Rápido, citada pela mesma agência noticiosa.

Até às 6h00, a capital do Sudão, Cartum, continuava a ser alvo de bombardeamentos, com testemunhos de que a troca de tiros entre as forças sudanesas e a RSF continuaram depois da hora acordada para as tréguas.

Em Bahri, na outra margem do rio Nilo, os habitantes contam à Reuters que o exército destacou vários soldados e que a luta armada não mostrava sinais de abrandamento.

Também na manhã desta sexta-feira, o general Abdel Fattah al-Burhan, chefe do exército e Presidente do Conselho Soberano de Transição no Sudão, reafirmou que os militares estavam comprometidos com o processo de passagem para um governo civil.

Contudo, a mensagem do general, publicada em vídeo no Facebook, não faz qualquer menção ao cessar-fogo. Na quinta-feira, as Forças Armadas do Sudão também descartaram negociações com as Forças de Apoio Rápido, afirmando que apenas aceitariam a rendição.

O conflito entre o exército sudanês, leal a al-Burhan, e a RSF, fiel vice-líder e general Mohamed Hamdan Dagalo, teve início no passado sábado. Desde então, o combate armado já fez, pelo menos, 330 mortos e mais de 3.200 feridos.

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