Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Acordo de comércio Irlanda do Norte

Rishi Sunak na Irlanda do Norte para "vender" acordo pós-Brexit fechado com a UE

28 fev, 2023 - 14:24 • Redação com Reuters

Há quatro meses no poder, o primeiro-ministro britânico está perto de alcançar um grande feito na sequência da saída do Reino Unido da UE. Sucesso do acordo depende sobretudo da posição do DUP.

A+ / A-

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, está esta terça-feira em Belfast para "vender" o seu novo acordo com a União Europeia (UE) para facilitar o comércio pós-Brexit, um acordo que o Governo do Reino Unido espera que ponha fim ao impasse político na Irlanda do Norte.

Sunak quer assegurar o apoio de todas as forças políticas ao acordo que ontem alcançou com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, incluindo do Partido Unionista Democrático (DUP), numa tentativa de reativar as relações com a UE e com os EUA na sequência da saída do Reino Unido do bloco europeu, sem enfurecer os conservadores do seu partido.

O acordo ontem fechado entre Londres e Bruxelas pretende amainar as tensões causadas pelo Protocolo da Irlanda do Norte, um complexo acordo comercial alcançado após o Brexit, em 2020, mas que o Reino Unido decidiu revogar no ano passado.

Para manter aberta a sensível fronteira entre a Irlanda, Estado-membro da UE, e a Irlanda do Norte, com soberania britânica, este último manteve-se no mercado único europeu para a circulação de bens, aumentando os receios, sobretudo entre as comunidades unionistas, de que iria lentamente divergir do restante Reino Unido.

Sunak diz que o novo Acordo de Windsor vai fortalecer a união britânica e anular regras que afetavam a circulação de todo o tipo de bens, dando aos legisladores mais margem para se manifestarem sobre as regras e regulações comunitárias que a Irlanda do Norte aceita da parte de Bruxelas.

O sucesso do acordo depende sobretudo do DUP e de este acabar com o boicote aos acordos de partilha de poder em vigor na Irlanda do Norte desde 1998, ano em que foram assinados os Acordos de Belfast, ou Acordos da Sexta-Feira Santa, que puseram fim a 30 anos de violência política e sectária na Irlanda do Norte.

Antes de partir para Belfast, Sunak disse que pretende explicar os detalhes do acordo às diferentes comunidades norte-irlandesas, adiantando que aceita que este é um processo que levará o seu tempo.

"Estou também muito ciente, não temos tido vergonha em dizê-lo, daquilo que o povo da Irlanda do Norte precisa e merece do seu Governo", declarou aos jornalistas.

Numa primeira reação ao acordo, Jeffrey Donaldson, líder do DUP, disse que uma primeira leitura sugere que a assembleia regional de Stormont terá poder para rejeitar regras da UE com as quais não concorda, o que dá algumas garantias quanto à questão da soberania da Irlanda do Norte.

Ainda assim, o partido deverá levar o seu tempo até se manifestar num sentido ou noutro, enquanto o European Research Group, que reúne legisladores conservadores pró-Brexit, vai continuar também a trabalhar com uma equipa de advogados para examinar os detalhes do acordo antes de dar o seu veredito.

Aos jornalistas, o porta-voz de Sunak disse que o Governo britânico não impôs prazos para obter respostas, mas que está satisfeito com o facto de Donaldson ter reconhecido a importância do "travão de Stormont" para resolver o "défice democrático" existente na província norte-irlandesa.

Questionado sobre se irá impor novas regras pós-Brexit caso o DUP não aprove o Acordo de Windsor, Sunak disse ontem à BBC que tudo se resume ao povo da Irlanda do Norte e não "a qualquer partido político".

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+