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Defesa de Bolsonaro pede que minuta ‘golpista’ não seja incluída no processo

21 jan, 2023 - 09:45 • Lusa

A 8 de Janeiro, milhares de radicais invadiram as sedes do Congresso, do Supremo Tribunal e da Presidência, numa tentativa de golpe que deixou uma mancha de destruição na sede dos três ramos do Governo.

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A defesa do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro pediu à justiça eleitoral para não considerar a minuta de golpe de Estado encontrada na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, que o pode deixar inelegível para futuras eleições.

“É necessário consignar que o documento apócrifo, juntado aos autos, não foi encontrado em posse dos investigados, nem assinado por eles, e a peça juntada tão pouco indica quaisquer atos concretos ou ao menos indiciários de que tenham participado na sua redação ou agido para que as providências supostamente pretendidas pelo documento fossem materializadas no plano da realidade fenoménica”, apelou a defesa de Bolsonaro, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), segundo a Agência Brasil.

O pedido da defesa foi feito na quinta-feira à noite, após o TSE ter incluído o documento no processo e de ter dado três dias a Bolsonaro para se justificar.

Na semana passada, como parte de uma operação contra o ex-ministro Anderson Torres por suposto conluio durante os ataques de seguidores de Bolsonaro à Esplanada dos Ministérios, as autoridades encontraram a minuta de um decreto que teria como objetivo reverter o resultado das eleições promovendo uma intervenção no tribunal eleitoral.

Torres é suspeito de omissão porque ocupou por alguns dias o cargo de secretário de Segurança do Distrito Federal e não atuou para impedir a invasão e depredação dos edifícios do Congresso, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal promovida por ‘bolsonaristas’ inconformados com o resultado das eleições, ocorrida no passado dia 8 em Brasília.

Esta semana, o TSE aceitou uma ação contra o ex-ministro da Defesa Braga Netto e o próprio Jair Bolsonaro por suposto crime de abuso de poder económico durante as eleições presidenciais, devido ao uso que a candidatura terá feito de prédios públicos ligados à Presidência na campanha eleitoral, atos que alegadamente distorceram a função desses espaços.

A 8 de Janeiro, milhares de radicais invadiram as sedes do Congresso, do Supremo Tribunal e da Presidência, numa tentativa de golpe que deixou uma mancha de destruição na sede dos três ramos do Governo.

Foram abertas sete investigações sobre os acontecimentos e mais de 1.800 pessoas foram presas, embora um terço tenha sido libertado por "razões humanitárias" e irá responder a um eventual processo judicial em liberdade.

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