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Peru. Ministro do Trabalho demite-se em protesto

13 jan, 2023 - 08:11 • Lusa

Eduardo García Birimisa quer que Governo reconheça erros na resposta aos protestos antigovernamentais.

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Protestos no Peru. Foto: Aldair Mejia/EPA
Protestos no Peru. Foto: Aldair Mejia/EPA
Protestos no Peru. Foto: Jose Sotomayor/EPA
Protestos no Peru. Foto: Jose Sotomayor/EPA
Protestos no Peru. Foto: Bienvenido Velasco/EPA
Protestos no Peru. Foto: Bienvenido Velasco/EPA
Protestos no Peru. Foto: Bienvenido Velasco/EPA
Protestos no Peru. Foto: Bienvenido Velasco/EPA

O ministro do Trabalho do Peru apresentou a demissão, apelando à Presidente, Dina Boluarte, para pedir desculpas e reconhecer erros na resposta aos protestos antigovernamentais, nos quais já morreram pelo menos 49 pessoas.

"Agradeço à Presidente, Dina Boluarte, e ao primeiro-ministro, Alberto Otárola, por me darem a oportunidade de servir o meu país", escreveu Eduardo García Birimisa na rede social Twitter, na qual partilhou a carta de renúncia enviada à chefe de Estado na quinta-feira.

Na missiva, Birimisa defendeu que a crise social e política no Peru "merece uma mudança de rostos na direção do país e uma antecipação de eleições que não podem esperar até abril de 2024".

"Não o fazer, penso eu, gera um desgaste que, pelo menos no meu caso, me impossibilita de pôr em prática a construção de um diálogo que considero que o país necessita", escreveu.

O ministro demissionário, que tomou posse em dezembro passado, defendeu a necessidade de "um ato político" e "uma declaração do governo que expresse a dor" pelas vidas perdidas nos protestos.

"É preciso pedir desculpas à população e reconhecer que foram cometidos erros que devem ser corrigidos para que isso não volte a acontecer", insistiu.

Na carta, referiu que os protestos também foram motivados por "reivindicações sociais há muito ignoradas", apesar de também poderem existir "motivações obscuras e maliciosas", que levaram o Governo a "adotar uma resposta que pudesse conter estes ataques".

Na quinta-feira, um jovem de 16 anos morreu na cidade de Juliaca, no sul do Peru, onde decorreram confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança esta semana. Esta morte elevou para 49 o número de mortos nos protestos.

Até agora, 41 manifestantes morreram em confrontos diretos com as forças de segurança, enquanto sete pessoas morreram "devido a acidentes de viação e por eventos relacionados com os bloqueios".

Os protestos populares têm-se concentrado no sul do Peru. Mas na quinta-feira milhares de manifestantes de partidos políticos de esquerda e extrema-esquerda, sindicatos e grupos civis concentraram-se para uma marcha em Lima.

A marcha, na qual foram exibidos cartazes a pedir a renúncia de Boluarte e de Otárola, decorreu sem confrontos com a polícia.

Os protestos exigem ainda a dissolução do Congresso, a convocação de uma assembleia constituinte, novas eleições para 2023 e a libertação do Presidente deposto Pedro Castillo, entretanto condenado a 18 meses de "prisão preventiva".

As manifestações iniciaram-se em dezembro passado, logo após Boluarte ter assumido a chefia do governo, depois de o Congresso ter destituído Castillo, acusado de promover um golpe de Estado que implicava a dissolução da câmara e a realização de novas eleições.

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