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Qatargate. Presidente do Parlamento Europeu assume "fúria" e anuncia reformas internas

12 dez, 2022 - 18:18 • Lusa

Segundo Metsola, os "planos maliciosos" de "atores malignos ligados a países terceiros autocráticos" fracassaram, até porque os serviços do Parlamento Europeu, dos quais se afirmou "incrivelmente orgulhosa", já vinham a trabalhar "há algum tempo" com as autoridades judiciais relevantes.

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A presidente do Parlamento Europeu assumiu esta segunda-feira "fúria, raiva e tristeza" com o caso de corrupção que envolve membros daquela assembleia, mas garantiu que a instituição trabalha com a justiça e anunciou uma reforma interna para reforçar a transparência.

Dirigindo-se ao hemiciclo no início da sessão plenária que arrancou em Estrasburgo, França, Roberta Metsola começou por confidenciar que os últimos dias foram "dos mais longos" da sua carreira, face à investigação policial que levou à detenção de várias pessoas, entre as quais uma vice-presidente do Parlamento Europeu, a deputada grega Eva Kaili, por alegado envolvimento num caso de corrupção relacionado com subornos do Qatar para influenciar as decisões da instituição relativas à celebração do Mundial de futebol naquele país.

"Tenho de escolher as minhas palavras com muito cuidado para não comprometer de forma alguma as investigações em curso ou prejudicar o princípio da presunção de inocência, e vou fazê-lo. Por isso, se a minha fúria, a minha raiva e a minha tristeza não transparecerem, acreditem que estão muito presentes, juntamente com a minha determinação para que esta casa fique mais forte" na sequência deste escândalo, declarou a dirigente maltesa.

Segundo Metsola, os "planos maliciosos" de "atores malignos ligados a países terceiros autocráticos" fracassaram, até porque os serviços do Parlamento Europeu, dos quais se afirmou "incrivelmente orgulhosa", já vinham a trabalhar "há algum tempo" com as autoridades judiciais relevantes.

Na mesma intervenção, e perante a atual situação, Roberta Metsola anunciou uma série de medidas, entre as quais uma investigação interna e uma reforma do acesso dos grupos de pressão (lóbis) às instalações parlamentares, assim como a proteção de denunciantes de atos criminosos.

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