11 jan, 2023 - 14:43 • Diogo Camilo
Imagens de satélite capturadas em várias cidades chinesas mostram multidões em crematórios e funerais, contrariando os registos de que a China apenas teve 37 mortes por Covid-19 desde que a política "covid zero" no país terminou e o número de casos explodiu.
Os planos vistos de cima foram registados no final de dezembro e início de janeiro pela Maxar, uma empresa norte-americana de tecnologia espacial, e mostram a construção de um novo parque de estacionamento num cemitério de Pequim, além de multidões e filas em cemitérios das cidades de Kunming, Nanjing, Chengdu, Tangshan e Huzhou.
A China abandonou a 7 de dezembro a sua política de “covid zero”, com restrições severas de combate ao vírus, e que motivaram protestos após três anos de isolamento autoimposto e contenção pandémica.
No entanto, desde este dia, só foram registadas 37 mortes em todos o país por Covid-19, apesar de terem sido confirmados mais de 150 mil casos, quase metade deles na última semana.
O Washington Post refere como exemplo que um cemitério em Chengdu deixou de oferecer serviços fúnebres, deixando apenas dois minutos a cada família para se despedir dos ente-queridos antes da cremação, enquanto em Xangai um lugar na fila para cremação custa cerca de 300 euros.
Cemitérios têm assistido a um recente aumento de atividade, comparado com os últimos meses, o que sugere que os registos oficiais não reflete os 37 óbitos que a China diz terem existido no último mês.