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As sete mensagens que marcaram o discurso de tomada de posse de Lula

02 jan, 2023 - 07:15 • Pedro Valente Lima

No primeiro dia do ano, o líder do PT tomou posse como 39.º Presidente do Brasil, depois de dois mandatos entre 2003 e 2011. Diante da população e dos deputados, Lula da Silva apresentou um discurso de esperança no futuro, salientando o combate à fome e à pobreza.

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Este domingo, no primeiro dia do ano, o Brasil virou a página. Jair Bolsonaro já tinha dito adeus ainda em 2022, quando viajou para os Estados Unidos, e Lula da Silva disse olá aos brasileiros, agora oficialmente como 39.º Presidente do país.

Ao longo do dia da tomada de posse, tanto no Congresso Nacional, como diante do público, em Brasília, Lula reforçou uma "mensagem de esperança e de reconstrução".

"Ao ódio, responderemos com amor. À mentira, com a verdade. Ao terror e violência, responderemos com as leis e suas mais duras consequências."

No Congresso, e num discurso de 27 minutos, o novo Presidente do Brasil reafirmou a ambição de combater a pobreza e a miséria do país. Lula pretende "resgatar da fome 33 milhões de pessoas" e "resgatar da pobreza mais de 100 milhões de brasileiros e brasileiras, que suportaram a mais dura carga de um projeto de destruição nacional que hoje se encerra”.

"Não seria justo nem correto pedir paciência a quem tem fome. Nenhuma nação se ergueu, nem se poderá erguer, sobre a miséria do seu povo."

O chefe de Estado empossado lembrou ainda a primeira vez que se tornou Presidente do Brasil. Em 2003, em igual discurso diante dos deputados, assumia a mesma luta. Duas décadas depois, aponta o dedo à governação de Bolsonaro pelos retrocessos nesse capítulo.

"Ter de repetir este compromisso no dia de hoje, diante do avanço da miséria e regresso da fome, que havíamos superado, é o mais grave sintoma da devastação que se impôs no país em anos recentes."

Sem nunca se referir diretamente ao Jair Bolsonaro, Lula da Silva lamentou a "destruição" de um anterior "governo estarrecedor", cuja campanha eleitoral contou com "as mais violentas ameaças à liberdade do povo, a mais abjeta campanha de mentira e de ódio tramada para manipular e constranger o eleitorado".

"Nunca os recursos do estado foram tão desvirtuados em proveito de um projeto autoritário de poder."

O Presidente brasileiro diz não procurar vingança, mas deixa o aviso: o governo de Bolsonaro terá de responder à justiça, especialmente pelo "genocídio" na gestão da pandemia da Covid-19.

"Não carregamos nenhum ânimo de revanche contra os que tentaram subjugar a nação aos seus desígnios pessoais e ideológicos, mas vamos garantir o primado da lei. Quem errou responderá por seus erros, com direito amplo de defesa, dentro do devido processo legal."

Lula da Silva frisou uma campanha em que defrontou "adversários inspirados no fascismo", que tiraram proveito dos recursos do Estado. "Nunca a máquina pública foi tão desencaminhada do controlo dos republicanos. Nunca os eleitores foram tão constrangidos pelo poder económico e por mentiras disseminadas à escala industrial".

Nesse sentido, e relembrando a sua presença na Assembleia Constituinte de 1988, o Presidente do Brasil reforça a defesa da democracia.

"Sob os ventos da redemocratização, dizíamos: ditadura nunca mais! Hoje, depois do terrível desafio que superámos, devemos dizer: democracia para sempre!"

O líder brasileiro enfatizou um "país dividido", que agora se une na "esperança" do futuro.

"O nosso povo quer paz para trabalhar, estudar, cuidar da família e ser feliz. A disputa eleitoral acabou, não existem dois 'Brasis', somos um único povo, uma grande nação."

Lula da Silva tomou posse este domingo como 39.º Presidente do Brasil. É o terceiro mandato do líder do Partido dos Trabalhadores (PT), depois de ter sido chefe de Estado do país entre 2003 e 2011.

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