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Qatargate. Eva Kaili já não é vice-presidente do Parlamento Europeu

13 dez, 2022 - 12:37 • Olímpia Mairos

A eurodeputada socialista grega é suspeita de corrupção num caso que envolve o Qatar. Só houve um voto contra e duas abstenções.

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O Parlamento Europeu decidiu, esta terça-feira, retirar o cargo de vice-presidente a Eva Kaili, acusada e detida neste domingo, na Bélgica, no âmbito de uma investigação sobre suspeitas de corrupção relacionadas com o Qatar no seio desta instituição.

A decisão foi aprovada por 625 votos a favor, 1 contra e 2 abstenções, representando uma dupla maioria de dois terços dos votos expressos e uma maioria dos deputados que compõem o Parlamento.

A votação foi realizada de acordo com o artigo 21 do Regimento do Parlamento, na sequência das investigações em curso na Bélgica envolvendo alguns membros e pessoal do Parlamento Europeu.

A votação ocorreu por decisão da Conferência dos Presidentes (presidente do PE e líderes dos grupos políticos) no início da manhã desta terça-feira, que aprovou a decisão por unanimidade.

Para esta tarde, por volta das 16h30, a Assembleia Plenária do PE realizará um debate sobre as suspeitas de corrupção do Qatar e a necessidade mais ampla de transparência e responsabilização nas instituições europeias. Na quinta-feira, por volta do meio-dia, votará uma resolução sobre o tema.

Durante a abertura da sessão plenária de ontem, a presidente do PE Roberta Metsola assumiu “fúria, raiva e tristeza” com o caso de corrupção que envolve membros daquela assembleia, mas garantiu que a instituição trabalha com a justiça e anunciou uma reforma interna para reforçar a transparência.

Segundo Metsola, os “planos maliciosos” de “atores malignos ligados a países terceiros autocráticos” fracassaram, até porque os serviços do Parlamento Europeu, dos quais se afirmou “incrivelmente orgulhosa”, já vinham a trabalhar “há algum tempo” com as autoridades judiciais relevantes.

Já esta manhã, em declarações aos jornalistas em Estrasburgo, o eurodeputado do Partido Socialista Pedro Marques mostrava-se “furioso” e “enojado” com o caso de alegada corrupção, ligado a suspeitas de que o Qatar - anfitrião do Mundial de Futebol - terá tentado influenciar decisões políticas e económicas no Parlamento Europeu.

Pedro Marques exige que o caso seja investigado até às últimas consequências. E se se confirmar que houve corrupção de algum Estado do Golfo, defende que o bloco deve adotar “sanções duras”.

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