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Prémio franco-alemão dos Direitos Humanos para Mahsa Amini e mulheres iranianas

10 dez, 2022 - 12:33 • Lusa

Esta distinção evoca a vida dos “manifestantes mortos e executados, incluindo dezenas de crianças”, que têm lutado pela liberdade e direitos humanos no Irão.

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Mahsa Amini e as mulheres iranianas foram galardoadas este sábado com o Prémio franco-alemão para os Direitos Humanos e o Estado de Direito 2022, anunciaram os Ministérios dos Negócios Estrangeiros dos dois países.

A morte de Amini em setembro, depois de ter sido detida por não usar corretamente o lenço islâmico, desencadeou uma ampla onda de protestos no Irão contra o regime dos ayatollah e pela liberdade das mulheres e da população em geral.

"Este prémio comemora a vida dos manifestantes mortos e executados, incluindo dezenas de crianças", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna, numa mensagem de vídeo.

"Também celebra o impulso vital que a morte de Mahsa Amini trouxe à vida no Irão", acrescentou.

Colonna elogiou as "mulheres iranianas que defendem a liberdade" e salientou que o slogan dos protestos dos últimos meses - "mulher, vida, liberdade" - é "um slogan universal que fala a toda a humanidade".

"A França e a Alemanha estão determinadas a continuar a acompanhar as mulheres e os homens iranianos na sua justa luta", mas também trabalharão "para assegurar que não haja impunidade para os perpetradores da repressão", afirmou.

A ministra alemã, Annalena Baerbock, recordou na mesma mensagem conjunta que Amini tinha 22 anos e que, nos últimos meses, mais de 450 pessoas foram mortas pela violência do regime na onda de protestos gerados pela morte da jovem mulher, com mais de 18.000 pessoas presas.

O prémio também reconhece o trabalho de outros 14 ativistas dos direitos humanos de países como a Síria, Bielorrússia, Sudão e Costa do Marfim.

"Juntamente com os nossos amigos franceses, estamos ao lado destes homens e mulheres corajosos. Pela dignidade, liberdade e direitos humanos", disse Baerbock.

O Irão é palco de protestos desde meados de setembro, quando Mahsa Amini, uma jovem curda, morreu sob custódia da polícia após ser presa por não usar o véu adequadamente e violar os códigos de vestimenta islâmicos.

Desde então, enquanto ocorriam as mobilizações, as autoridades reprimiam-nas violentamente, ganhando assim novas sanções da comunidade internacional por questões relacionadas aos Direitos Humanos. No entanto, de Teerão não consideram que estão a dar argumentos para as mobilizações e acusam os "inimigos" do Irão e os "mercenários" de estarem por detrás dos protestos massivos.

As autoridades consideram que a maioria dos iranianos continua a apoiar o sistema islâmico.

Em quase três meses de protestos, morreram mais de 500 pessoas e pelo menos 15.000 foram detidas, segundo a ONG Iran Human Rights.

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