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Zelensky reúne apoios europeus para julgar “agressão russa” em tribunal

03 dez, 2022 - 05:42

O presidente ucraniano diz estar a desenvolver contactos com capitais europeias para fortalecer a sua tomada de posição. “Tenho a certeza de que haverá um tribunal, haverá justiça”, afirma.

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Tem sido uma reivindicação do governo de Kiev, a criação de um tribunal especial para responsabilizar os líderes russos pela invasão.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vem agora garantir avanços nesse sentido, dizendo estar a reunir apoio europeu para a criação de um tribunal sobre a agressão russa.

“Durante esta semana trabalhámos a vários níveis nas capitais europeias para obter uma massa crítica de apoio para a criação de um tribunal especial sobre a agressão russa. Londres, Paris, Berlim, Varsóvia e outras capitais. Estamos a fortalecer a nossa posição em todos os lugares acumulando o apoio dos nossos parceiros. Tenho a certeza de que haverá um tribunal, haverá justiça”, declara na sua mais recente comunicação, em vídeo.

Na mesma mensagem, Zelensky também faz um primeiro balanço do número total de ucranianos libertados apontando o número 1.331 e prometendo que serão libertados “todos aqueles que estão em cativeiro russo”.

Kiev diz que Rússia rejeita a paz e prepara ataque “maciço” contra sistema energético

Quanto a eventuais negociações para alcançar a paz, numa entrevista à CNN Internacional, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmitro Kuleba acusa o presidente russo, Vladimir Putin de não pretender o fim do conflito e de estar a preparar uma ofensiva ainda maior em solo ucraniano.

“Se a condição para uma conversa é a retirada do exército russo da Ucrânia, e a restauração da nossa integridade territorial, então concordamos. Estamos a antecipar outro ataque maciço de mísseis pela Rússia. O objetivo desse ataque é provocar a destruição total do nosso sistema energético. Penso que os países não se comportam assim se genuinamente querem a paz. Enquanto Putin preferir a guerra, nós preferiremos derrotá-lo no campo de batalha”, afirma Kuleba.

Kiev exige a retirada de tropas russas e o Kremlin veio exigir o reconhecimento de todas as regiões anexadas para iniciar conversações, numa posição conhecida depois de o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter dito que poderia encontrar-se com Putin, mas sob a condição de a Rússia retirar as suas forças militares da Ucrânia.

Ainda na mesma entrevista à CNN Internacional, o chefe da diplomacia da Ucrânia refere-se também a uma campanha que diz ser “bem planeada de terror e intimidação” contra embaixadas e consulados ucranianos, na sequência das notícias que dão conta da chegada de cartas com explosivos a embaixadas ucranianas, na Europa. Dmitro Kuleba aponta o dedo à Rússia ou a apoiantes da causa russa.

“Sinto-me tentado a referir imediatamente a Rússia, porque, antes de mais temos de responder à pergunta: Quem beneficia com isso? Trata-se de uma campanha que visa semear o medo e aterrorizar os diplomatas ucranianos. Penso que ou é a própria Rússia ou alguém que, de alguma forma, simpatiza com a causa russa”, defende.

Na quarta-feira um homem ficou ferido sem gravidade na embaixada da Ucrânia em Madrid devido à explosão de um artefacto que estava dentro de um envelope. Desde então, já foi revelada pelas autoridades espanholas a existência de mais cinco cartas com explosivos, a última das quais na embaixada do Estados Unidos em solo espanhol.

As autoridades portuguesas reforçaram a proteção da embaixada da Ucrânia em Lisboa e admitem reapreciar o nível de ameaça em Portugal, após cartas armadilhadas terem sido recebidas por entidades em Espanha, anunciou esta sexta-feira o Sistema de Segurança Interna (SSI).

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