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Guterres pede ao Governo do Irão "contenção na abordagem aos protestos"

03 dez, 2022 - 06:33 • Lusa

Líder das Nações Unidas abordou o assunto numa conversa telefónica com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão.

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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu esta sexta-feira ao Governo iraniano "contenção na abordagem aos protestos" que decorrem no país desde meados de setembro, após a morte da jovem curda Mahsa Amini.

O diplomata português abordou esta questão numa conversa telefónica com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amir Abdollahian, de acordo com um comunicado divulgado pelo porta-voz das Nações Unidas, Stéphane Dujarric.

Durante a conversa, o responsável da ONU também discutiu também as "implicações das exportações de armas do Irão" no contexto da resolução do Conselho de Segurança que exorta o regime iraniano a não realizar atividades relacionadas com mísseis balísticos capazes de transportar armas nucleares.

Guterres abordou com o ministro iraniano o acordo nuclear com o Irão, a cooperação regional e a participação do Irão em instituições multilaterais, segundo a mesma nota de imprensa.

O responsável das Nações Unidas e o governante iraniano discutiram ainda "as possibilidades de um cessar-fogo e uma solução política para a crise do Iémen", acrescentou.

O Irão tem sido abalado por uma onda de protestos desde a morte em 16 de setembro de Mahsa Amini, uma curda de 22 anos detida pela polícia da moralidade em Teerão três dias antes de morrer, por alegadamente violar o rigoroso código de indumentária do país ao não se cobrir totalmente com o véu islâmico.

Pelo menos 448 manifestantes foram mortos desde o início do movimento, violentamente reprimido, de acordo com o Iran Human Rights (IHR).

O Irão acusa os Estados Unidos, o maior seu inimigo, e aliados norte-americanos de fomentarem o que chama de "motins".

No início desta semana, as autoridades iranianas relataram pela primeira vez a morte de mais de 300 pessoas desde o início das manifestações.

Milhares de iranianos e cerca de 40 estrangeiros também foram detidos e mais de 2.000 pessoas foram indiciadas, segundo autoridades judiciais.

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