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Gomes Cravinho

OSCE não tem como garantir a paz na Ucrânia

02 dez, 2022 - 15:07 • Lusa

"A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, que nasceu no âmbito da Guerra Fria, não pode ser responsabilizada pela manutenção da paz, quando há uma parte, a Rússia, que insiste na invasão da Ucrânia", diz MNE português.

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O ministro português dos Negócios Estrangeiros reconheceu esta sexta-feira que a OSCE não pode ser responsabilizada pela manutenção da paz na Ucrânia, quando há uma parte, a Rússia, determinada em manter a sua agressão militar ao país vizinho.

"A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que nasceu em 1975, num clima de relações muito tensas, no âmbito da Guerra Fria, não pode agora ser responsabilizada pela manutenção da paz, quando há uma parte, a Rússia, que insiste na invasão da Ucrânia", disse João Gomes Cravinho, que está em Lodz, na Polónia, a participar na reunião anual do Conselho Ministerial deste organismo.

Em declarações à agência Lusa, o chefe da diplomacia portuguesa disse que a reunião em Lodz foi "importante", destacando o número significativo de ministros que esteve presente no encontro da organização, que conta com 57 países e que se encontra "numa situação particularmente difícil".

"A questão que agora se coloca é qual o papel futuro da OSCE. Este foi o tema principal da reunião de hoje. Houve uma larga maioria de países que considera que a organização, embora não esteja em condições de fazer a ponte entre a Rússia e a Ucrânia (...), deve manter-se em funcionamento para o dia em que isso seja possível", afirmou.

Gomes Cravinho sublinhou que a OSCE mantém um papel importante em muitas outras missões, em diferentes partes da sua área de influência, como por exemplo no Cáucaso do Sul, tentando a pacificação entre o Azerbaijão e a Arménia, ou na Ásia Central, onde há vários países com problemas de partilha de fronteiras.

Para o ministro português, o objetivo mais importante a curto prazo é assegurar que a OSCE não desapareça como organização de articulação entre os diversos países, sobretudo num ambiente de ameaça de estagnação, em grande parte devido aos obstáculos colocados pelo regime russo liderado pelo Presidente Vladimir Putin.

"A mais importante conclusão, que resulta da maioria das intervenções no encontro de hoje, é que temos de garantir a subsistência desta instituição, que em relação a diversas matérias está paralisada, porque a Rússia não está a permitir a aprovação do orçamento anual", defendeu Gomes Cravinho.

O chefe da diplomacia portuguesa mostrou-se confiante de que a OSCE "continuará a ser tão importante como foi ao longo da sua vida de quatro décadas e meia", realçando o seu potencial para manter um papel crucial na recomposição de cenários políticos de paz.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano, desencadeando uma guerra que mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a II Guerra Mundial (1939-1945).

Comentários
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  • Digo
    03 dez, 2022 Eu 21:15
    Uma das poucas coisas positivas desta guerra, é mostrar a inutilidade de certas organizações que parecem servir mais para "tachos" que para aquilo que foram projetadas e feitas. Esta OSCE É uma delas, a juntar às organizações onde a Rússia tem direito de veto, à lei da unanimidade na adesão de novos membros à NATO - a Turquia faz a chantagem habitual e a Hungria que é pelo Putin, atrasam o mais que podem a Suécia e Finlândia na NATO, e quando chegar a vez da Ucrânia pedir para entrar, nem devem autorizar - etc. Que a guerra sirva para uma limpeza, já não será mau.
  • Dinossauro inutil
    02 dez, 2022 Acabem com o sofrimento dele 15:32
    É mais uma organização dinossáurica inúti,l à face das circunstâncias atuais, tal como a ONU com o seu Conselho de Segurança em que como o agressor tem direito de veto, todas as resoluções a condenar a guerra e a exigir a Paz, esbarram no veto do agressor.

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