Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Novo medicamento contra Alzheimer dá "esperança", mas é preciso "sermos prudentes", diz especialista

30 nov, 2022 - 19:30 • Beatriz Lopes com Redação

Joana Morgado indica que alguns dos doentes que tomaram o medicamenti "lecanemab" tiveram, por exemplo, hemorragias cerebrais. A especialista realça que não se trata ainda de uma cura definitiva para a doença.

A+ / A-

A neurologista Joana Morgado considera que é preciso "prudência" ao analisar os resultados de um ensaio clínico em que os investigadores concluiram que um medicamento consegue um atraso de cinco meses no agravamento dos sintomas de Alzheimer.

À Renascença, a especialista do Hospital Beatriz Ângelo admite que os dados dão "alguma esperança", mas realça que não se trata ainda de uma cura definitiva para a doença.

"Sem dúvida que, tendo em conta o panorama de ensaios clínicos que temos tido nesta área, estes resultados são animadores", diz, por um lado, contudo apontando também que "em termos clínicos a diferença não é grande".

"A doença continua a evoluir, mas evolui menos. Não é uma cura, mas traz alguns benefícios", reitera.

Por outro lado, Joana Morgado indica que alguns dos doentes que tomaram o medicamenti "lecanemab" tiveram, por exemplo, hemorragias cerebrais.

"Podem acontecer, apesar de serem uma minoria, e colocar em risco a vida das pessoas. Temos de avaliar o risco", defende, ainda.

Um medicamento experimental contra a doença de Alzheimer, das farmacêuticas Eisai e Biogen, provou-se eficaz a atrasar o declínio cognitivo, de acordo com os resultados de ensaios clínicos, com a comunidade científica a aplaudir o "grande avanço" que o medicamento pode representar no combate à doença.

A informação foi avançada pelas duas farmacêuticas na terça-feira em São Francisco, que reconhecem que, apesar do sucesso, o medicamento pode ter efeitos secundários graves nalguns doentes.

De acordo com a agência Reuters, a utilização do medicamento, o Lecanemab, foi associada à formação de edema cerebral em 13% dos casos. Ao todo, 7% dos envolvidos no estudo a receber o medicamento manifestaram efeitos secundários.

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+