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Kremlin rejeita pôr fim à guerra na Ucrânia para cumprir exigências de Biden

02 dez, 2022 - 13:55 • Lusa

O Presidente dos Estados Unidos “disse de facto que só seriam possíveis negociações se Putin abandonasse a Ucrânia”, o que Moscovo “obviamente rejeita”, diz porta-voz de Putin.

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A Presidência russa rejeitou esta sexta-feira a exigência de se retirar da Ucrânia apresentada pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, como condição fundamental para voltar a abrir o diálogo com o homólogo russo, Vladimir Putin.

O Presidente dos Estados Unidos “disse de facto que só seriam possíveis negociações se Putin abandonasse a Ucrânia”, o que Moscovo “obviamente rejeita”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, sublinhando que “a operação militar vai continuar”.

Biden disse na quinta-feira que “estava pronto” para falar com Putin se este “encontrasse uma maneira de acabar com a guerra” na Ucrânia e estabeleceu como primeira condição a retirada das tropas russas.

“Se isso acontecer, ficarei feliz em, depois de consultar os meus amigos franceses e a NATO, sentar-me com Putin para ver o que ele tem em mente”, avançou Biden numa conferência de imprensa conjunta em Washington com o Presidente francês, Emmanuel Macron.

Apesar de rejeitar as condições de Biden, Putin “mantém-se aberto a contactos e a negociações, o que é muito importante”, assegurou hoje o porta-voz do Kremlin.

No entanto, adiantou Peskov, “continua a ser muito difícil encontrar um denominador comum para possíveis negociações”, já que os Estados Unidos não reconhecem a anexação de quatro territórios ucranianos reivindicados por Moscovo em setembro, alertou.

“A forma preferível para alcançar os nossos objetivos é através de meios pacíficos e diplomáticos”, sublinhou ainda o porta-voz russo.

Na quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, também garantiu que Moscovo “sempre esteve disponível” para a possibilidade de uma reunião entre os Presidentes russo e norte-americano, mas disse que “ainda não se ouviu nenhuma ideia séria”.

Lavrov adiantou que, num contacto telefónico, o homólogo dos Estados Unidos, Antony Blinken, levantou a questão dos cidadãos norte-americanos presos na Rússia, mas observou que Putin e Biden concordaram em estabelecer um canal separado de comunicação para discutir o assunto quando se encontraram em Genebra, em junho de 2021.

“Está a funcionar e espero que sejam alcançados alguns resultados”, observou Lavrov.

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  • É doido
    03 dez, 2022 Tem é de ser internado 19:40
    Putin joga todas as cartas no Inverno, na revolta social na Europa contra a guerra, e por fim, numa ofensiva de Primavera que consiga chegar a Kiev. E enquanto ele estiver convencido que ainda pode vir a ganhar alguma coisa, não vai desistir, até porque sabe que voltar nem que seja às fronteiras de 24 de Fevereiro, para ele significa muito provavelmente a destituição e talvez a morte. Cabe ao Ocidente mostrar-lhe que se engana e à Ucrânia, devidamente treinada, municiada e armada, dar-lhe um pontapé no ... que o recambie para a terra dele. Negociações? Se ele quisesse negociar alguma coisa, não impunha condições que sabe à partida serem inaceitáveis, como o reconhecimento das anexações e a saída obrigatória da NATO dos países que aderiram a ela no fim da URSS. Nem a Ucrânia aceita isso, nem os Países visados reconhecem qualquer autoridade a Putin para mandar neles. Assim sendo, as "negociações" vão fazer-se não à mesa, mas no campo de batalha.
  • Nunca
    02 dez, 2022 aceitar? Não obrigado 16:01
    Só há uma maneira de convencer a Rússia de Putin: vencê-la no campo de batalha, expulsando-a de território ucraniano ou tornando o preço da permanência tão alto, que a Rússia seja obrigada a recuar como no Afeganistão. Negociações? Neste momento aquilo a que a Rússia chama "negociações" nada é a não ser um conjunto inaceitável de condições, mais parecidas com uma rendição incondicional que outra coisa. Após os sofrimentos e as mortes de 9 meses de guerra, qual o governo ucraniano que aceitaria isso?
  • Destruir Moscovo
    02 dez, 2022 Escaqueirar a russia 15:45
    Não há qualquer hipótese de negociações sérias com Moscovo, uma vez que as condições que os russos apresentam, partem todas de reconhecimento de anexação territorial, além de outras impossibilidades como um desarmamento da Ucrânia e ingerência moscovita sobre a política externa ucraniana. Assim sendo, a única negociação deve ser feita no campo de batalha e a tiro, que é a única linguagem que os russos entendem. Fornecer armamento ofensivo de longo alcance, preferencialmente com hipóteses de atingir Moscovo, em quantidade e qualidade. Quando as destruições em território ucraniano se estenderem à Rússia, haverá mais hipótese de negociações sérias do que enquanto os danos são todos do lado da Ucrânia. Escalada da guerra? Mas não houve já essa escalada?

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