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Ativista britânico preso no Egito põe fim a greve de fome mais de 200 dias depois

16 nov, 2022 - 10:28 • Redação

Informação foi avançada pela irmã de Alaa Abd el-Fattah, cuja greve de fome coincidiu com a cimeira do clima da ONU, ou COP 27, a decorrer em Sharm el-Sheikh.

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O ativista britânico-egípcio Alaa Abd el-Fattah, atualmente preso no Egipto, disse à sua família, numa carta, que pôs fim à greve de fome levada a cabo nos últimos seis meses, num protesto iniciado contra as condições da sua detenção.

A informação foi avançada aos media pela sua irmã, que partilhou a carta recebida. "Acabei a minha greve, explicarei tudo na quinta-feira", indica o ativista, em referência à próxima visita mensal que vai receber na prisão do deserto de Wadi el-Natrun, onde está detido.

O ativista pela democracia foi condenado a mais de cinco anos de prisão no ano passado, depois de alegadamente ter difundido notícias falsas nas redes sociais sobre as condições nas prisões.

O informático egípcio, que passou a ter nacionalidade britânica em 2021, começou há mais de 200 dias a consumir apenas 100 calorias por dia, em protesto contra a recusa das autoridades do Egito em autorizarem uma visita do ativista ao Consulado Britânico. De acordo com a sua família, a sua saúde deteriorou-se acentuadamente desde então.

A notícia de que Abd el-Fattah pôs fim à sua greve de fome veio depois de a procuradoria egípcia ter dito que o ativista tinha recebido uma "intervenção médica" na semana passada.

Numa carta escrita no sábado, Abd el-Fattah forneceu à família a primeira prova de vida em duas semanas, dizendo-lhes que retomou o consumo de água potável.

"A partir de hoje, estou novamente a beber água para que possam deixar de se preocupar até me verem pessoalmente. Os sinais vitais estão bem. Estou a medir regularmente a tensão e a receber cuidados médicos", disse Alaa-Abdel Fattah.

O ativista britânico-egípcio deverá assinalar o seu 41.º aniversário na sexta-feira. "O importante é que quero comemorar o meu aniversário convosco na quinta-feira (dia da visita da família), já não festejo há muito tempo, e quero celebrar com os meus companheiros de cela, por isso tragam um bolo, provisões normais."

As suas comunicações são fortemente monitorizadas pelas autoridades prisionais, num sistema prisional em expansão que, neste momento, abrange pelo menos 65 mil prisioneiros políticos.

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, considera o caso uma “prioridade para o Governo britânico”, com Oliver Dowden, fonte do seu gabinete, a indicar que o chefe do executivo britânico pretende levantar a questão durante a Cimeira do Clima da ONU (COP 27), a decorrer em Sharm el-Sheikh.

Segundo a BBC, Sunak enviou uma carta à família do detido, na qual afirma que o caso de Alaa é “uma prioridade para o Governo britânico não só por ser um defensor dos direitos humanos, mas também por ser um cidadão britânico”.

A COP 27 – 27.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas – decorre até 18 de novembro, na cidade egípcia costeira de Sharm el-Sheikh, contando com mais de 35 mil participantes.

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