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Protesto das transportadoras em Espanha pode colocar em causa abastecimento em Portugal

14 nov, 2022 - 08:39 • Olímpia Mairos

Organizadores dizem que falhas na entrega de mercadorias podem colocar em causa a ‘Black Friday’ e as compras de Natal. A paralisação da atividade em períodos de grande consumo, pode custar à economia espanhola 600 milhões de euros.

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Arranca esta segunda-feira em Espanha um protesto das transportadoras de mercadorias, que pode pôr em causa o abastecimento em Portugal.

O protesto, por tempo indeterminado, foi marcado pela Plataforma de Defesa do Setor do Transporte Rodoviário de Mercadorias, que contesta o facto de não estar a ser cumprida a lei que obriga os expedidores a pagarem preços que cubram, no mínimo, os custos dos serviços. Esta norma foi aprovada em março durante as negociações para pôr termo ao protesto realizado nesse mês e que durou 20 dias.

De acordo com os organizadores do protesto, falhas na entrega de mercadorias podem colocar em causa a ‘Black Friday’ e o período de Natal que se aproxima.

Segundo o professor da OBS Business School Eduardo Irastorza, que cita dados extraídos do relatório do dia das grandes promoções, a paralisação da atividade em períodos de grande consumo, pode custar à economia 600 milhões de euros.

Segundo o jornal espanhol “El Mundo”, a ministra dos Transportes, Mobilidade e Agenda Urbana, Raquel Sánchez, sublinhou esta segunda-feira que a incidência da greve convocada pela Plataforma Nacional de Defesa dos Transportes Rodoviários é “mínima”, revelando que foram destacados 50 mil agentes para evitar distúrbios.

A governante agradeceu o trabalho das transportadoras que decidiram continuar a trabalhar, bem como o das forças e organismos de segurança do Estado, que reduziram os incidentes para apenas 14 em todo o país.

Em carta enviada no final de outubro à ministra dos Transportes, Mobilidade e Agenda Urbana, a plataforma sugeriu uma lista de alterações (copiada do código de transporte francês) ao decreto-lei de agosto para garantir que ele atinja os objetivos desejados.

O ministério prometeu na passada quinta-feira, em reunião com a direção da plataforma, "reforçar" as fiscalizações para que os transportadores não trabalhem abaixo dos seus custos e aprovar, nas próximas semanas, um plano de fiscalização 2023.

A plataforma exigiu que esses anúncios de compromisso fossem vertidos em documento a assinar antes da meia-noite e como tal não aconteceu, decidiram manter a mobilização e o protesto.

Durante o primeiro dia de greve, esta segunda-feira, os transportadores vão participar numa manifestação em Madrid que fará um percurso pedestre desde a Plaza de Carlos V (Atocha) até ao Ministério dos Transportes, e na qual a plataforma espera que participem associações de outros setores como agricultura, pecuária e hotelaria.

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