Tempo
|
A+ / A-

França reforça fronteiras com Itália devido à crise do navio "Ocean Viking"

11 nov, 2022 - 11:40 • Redação com Lusa

Sanções contra Itália vão ser adotadas pelos franceses, como consequência da recusa de Roma em receber o navio com 234 migrantes.

A+ / A-

França decidiu reforçar a segurança das fronteiras entre a França e a Itália, após Roma ter recusado o desembarque dos migrantes a bordo do navio "Ocean Viking". De acordo com fontes da polícia francesa à agência France Press, o reforço fronteiriço começou às 20h00 de quinta-feira (19h00 em Lisboa).

Trata-se do controlo de "estações, eixos secundários, nomeadamente perto de Menton, Sospel e Breil-sur-Roya, e autoestradas, sobretudo a A8, saídas de estradas e pontos de portagens", indicou a Direção Geral da Polícia Nacional (DGPN) francesa.

Cerca de 500 polícias e gendarmes (polícia militarizada) foram mobilizados para os postos de controlo em "pontos de passagem autorizados" para garantires "segurança H24" (24 horas), disse a mesma fonte.

Apesar da maior parte das rotas de entrada de migrantes para França ficarem situadas nos Alpes Marítimos, o reforço "estende-se a vários pontos nas outras zonas de montanha".

O dispositivo, coordenado pela polícia fronteiriça francesa (PAF, sigla em francês) envolve agentes da polícia de segurança pública e gendarmes.

De acordo com a DGPN, o esquema de segurança deve ficar totalmente instalado até ao próximo domingo.

"Os agentes foram mobilizados para fornecerem segurança e escoltas aos migrantes do 'Ocean Viking'", disse a mesma fonte policial.

Após três semanas de incerteza e depois de várias tentativas para aportar em Itália, o navio humanitário "Ocean Viking", com 234 migrantes a bordo chegou hoje de manhã à base naval francesa de Toulon.

Em conferência de imprensa na quinta-feira, em Paris, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, afirmava que a França decidira acolher "a título excecional" o navio humanitário "Ocean Viking", com 234 migrantes resgatados no Mediterrâneo, mas que ia adotar sanções contra Itália pela recusa de receber o barco apelando à União Europeia para atuar da mesma forma.

Além da "suspensão com efeitos imediatos" do acolhimento de 3.500 refugiados, a França anunciava o reforço dos controlos fronteiriços com Itália, afirmava o ministro.

"O Governo italiano é quem perde", considerou, reiterando que "haverá consequências extremamente fortes no relacionamento bilateral" entre os dois países e no relacionamento de Itália com a União Europeia.

Os 3.500 migrantes que deveriam ser transferidos, no próximo verão, de Itália para França faziam parte de um acordo no âmbito do mecanismo europeu para deslocalização noutros países europeus de refugiados que chegam aos principais países recetores, nomeadamente Itália.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Queres mais
    11 nov, 2022 Saída esperta 12:02
    Arranjaram foi uma desculpa para não receberem a parte que lhes compete, dos migrantes que tentam aportar em Itália, foi o que foi. Recebem 234, ficam bem-vistos, e evitam receber 3500... Bem jogado, mas pensar que somos todos parvos é que não...

Destaques V+