Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Ucrânia. Pró-russos admitem retirada russa de Kherson

03 nov, 2022 - 18:35 • Lusa

Região de Kherson foi anexada pela Rússia a 30 de setembro, juntamente com Zaporijia, Donetsk e Lugansk.

A+ / A-

As autoridades pró-russas de Kherson admitiram esta quinta-feira a possibilidade de uma retirada do exército russo e apelaram para a saída urgente da população civil daquela região do sul da Ucrânia, anexada por Moscovo.

"Muito provavelmente as nossas unidades, as nossas tropas, partirão para a parte de Kherson que se encontra na margem esquerda" do rio Dnieper, disse o vice-governador nomeado por Moscovo, Kiril Stremousov, citado pela agência espanhola EFE.

A retirada do exército russo da margem direita significaria a rendição de Kherson, a única capital regional ucraniana que Moscovo conseguiu controlar em mais de oito meses de guerra.

Seria também um revés igual ou maior do que a retirada da periferia de Kiev, em março, e da região de Kharkiv, em setembro, segundo a EFE.

A região de Kherson foi anexada pela Rússia em 30 de setembro, juntamente com Zaporijia (sudeste), Donetsk e Lugansk (no Donbass, leste).

"A vida na cidade de Kherson continua. Não há problemas com a alimentação. As tentativas [das forças ucranianas] de romper as linhas defensivas não cessam", disse Stremousov na rede social Telegram.

No entanto, Stremousov advertiu que os residentes que ainda não saíram da cidade "devem partir o mais cedo possível".

O aviso coincidiu com a publicação nas redes sociais de imagens da sede da administração regional de Kherson sem a bandeira russa, onde estava hasteada desde março.

"Algo interessante irá certamente acontecer em breve em Kherson", disse o secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksiy Danylov, comentando a remoção da bandeira russa.

"O mesmo aconteceu em Izium e noutras cidades quando as nossas forças armadas se aproximaram", acrescentou.

A porta-voz do Comando Sul do exército ucraniano, Nataliya Gumenyuk, advertiu que a remoção da bandeira poderá ser um estratagema para criar a ilusão de uma retirada russa.

"Se tivermos em conta que há muito que se preparam para os combates de rua, (...) não devemos ter pressa em regozijar-nos", disse Gumenyuk.

De acordo com o chefe da inteligência militar ucraniana, general Kyrylo Bukanov, a Rússia concentrou um contingente de cerca de 40.000 efetivos em Kherson, constituído pelas suas unidades mais bem preparadas.

Mesmo assim, Budanov previu que a libertação da parte de Kherson na margem direita do Dnieper poderá ser concluída até ao final deste mês.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Desastroso
    03 nov, 2022 Mundi 19:59
    Se Kherson voltar à posse Ucraniana, seguir-se-ao Mariupol, Donetsk e Lugansk e aí a invasão russa, mais que falhada - a partir do momento em que não apanharam a Ucrânia que era o que verdadeiramente queriam, a invasão pode-se considerar um fracasso - será um desastre para a Rússia: além da Suécia e Finlândia na NATO e inatacaveis portanto, tem os Países fronteiriços e a Europa a rearmar-se, a cortar com as importações russas, e pior, ganhou um inimigo figadal a caminho da UE e pior, da NATO. Falo da Ucrânia que mesmo com conversações de "Paz", a "Paz" entre Ucrânia e Rússia está enterrada para as próximas 2 gerações. Os ucranianos desta geração que vive a invasão, não esquecem, nem perdoam. Ou seja, um desastre total, e a Rússia a caminho de ser uma colónia económica da China.

Destaques V+