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Polónia declara Rússia como "regime terrorista"

26 out, 2022 - 17:55 • Lusa

Senado polaco aprovou hoje uma resolução que declara a Rússia como um "regime terrorista" e pede à comunidade internacional que investigue os seus alegados crimes de guerra na Ucrânia.

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O Senado polaco aprovou nesta quarta-feira uma resolução que declara a Rússia como um "regime terrorista" e pede à comunidade internacional que investigue os seus alegados crimes de guerra na Ucrânia.

No texto, apoiado por todos os senadores, consta que "os invasores russos" são "bandidos" que "aterrorizam os ucranianos, bombardeando alvos civis: creches, escolas, teatros e conjuntos habitacionais", e que "torturam e assassinam prisioneiros de guerra" nos territórios ocupados.

A declaração da câmara alta do parlamento polaco é destinada a "todos os países do mundo livre" que "acreditavam que nunca seriam ameaçados por um genocídio", mas a quem o Presidente russo, "Vladimir Putin, e a sua comitiva terrorista voltaram a apresentar as práticas cruéis dos estalinistas e dos regimes nazis".

O documento refere também o "sequestro de crianças ucranianas para as criar (como russas)" e a "deportação e realocação de cidadãos ucranianos para os 'confins' da Rússia".

"O Senado da República da Polónia condena veementemente a agressão russa e pede a todos os países a favor da paz, democracia e direitos humanos que reconheçam o governo da Federação Russa como um regime terrorista", afirma o documento.

Polónia já tinha restringido entrada de russos

Varsóvia adotou em setembro impedimentos à entrada no seu território de cidadãos russos "por razões de segurança nacional" e "pelo aspeto moral da guerra", admitindo como únicas exceções a receção de "dissidentes e casos humanitários, familiares, diplomatas e viajantes em trânsito de e para o enclave russo de Kaliningrado".



Vários membros do Governo polaco e do partido no poder, o Lei e Justiça (PiS), manifestaram-se recentemente a favor da construção de um muro fronteiriço ao longo da fronteira com a região de Kaliningrado.

O vice-ministro do Interior polaco, Bartosz Grodecki, afirmou, em 15 de setembro, que "a fronteira com a Rússia deve ser reforçada" porque aquele país é "um vizinho instável" que "comete atos de terrorismo contra os seus vizinhos".

Já há duas semanas, a assembleia parlamentar do Conselho da Europa apelou aos 46 Estados-membros para que considerassem a Rússia como um "Estado patrocinador do terrorismo".

A resolução foi aprovada com apenas uma abstenção, minutos após um discurso emocionado do Presidente ucraniano, no qual Volodymyr Zelenskyy defendeu que a Rússia "só quer usar a linguagem do terror".

Conselho da Europa quer tribunal internacional

O Conselho da Europa foi a primeira organização internacional a definir a Rússia como um Estado terrorista, tendo apelado também à criação de um tribunal internacional para julgar os crimes de guerra perpetrados pela Rússia na Ucrânia.

Mais recentemente, há cerca de uma semana, o parlamento da Estónia aprovou uma moção na qual declara a Rússia como Estado terrorista, alegando que, "com as ameaças de ataque nuclear, o regime russo transformou-se na maior ameaça à paz quer na Europa, quer no mundo".

No entanto, o primeiro país a acusar a Rússia de terrorismo foi a Letónia, que, em 11 de agosto, afirmou que o regime do Kremlin patrocinava o terrorismo "por utilizar o sofrimento e intimidação como instrumentos para tomar a Ucrânia".

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