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EUA propõem colaboração com Portugal após ciberataque que expôs dados da NATO

16 set, 2022 - 14:07 • Lusa

O Ministério Público abriu esta semana um inquérito ligado ao ciberataque contra o Estado-Maior-General das Forças Armadas em que documentos classificados da NATO foram extraídos e colocados à venda na "darkWeb", indicou a Procuradoria-Geral da República.

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Os Estados Unidos propuseram colaborar com Portugal no campo da cibersegurança, na sequência do ciberataque contra o Estado-Maior-General das Forças Armadas que expôs documentos da NATO, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) português.

João Gomes Cravinho reuniu-se esta quinta-feira, em Washington, com o conselheiro de Segurança Nacional norte-americano, Jake Sullivan, e com o secretário de Estado, Antony Blinken, momento que aproveitou para abordar o ciberataque, indicando que os ânimos estão mais serenos.

"Nós tivemos a oportunidade de falar brevemente [sobre o ciberataque] com Jake Sullivan, um pouco mais com Antony Blinken. Os ânimos estão muito serenos, até porque, como sublinhava Blinken, de maneira muitíssimo sincera, isto é um campo em que estamos todos a aprender. Temos todos vulnerabilidades e temos de nos apoiar uns aos outros", disse o MNE aos jornalistas portugueses no final do encontro com Blinken.

"Ficamos muito satisfeitos com algumas propostas americanas em relação a formas de colaboração connosco, para fechar eventuais portas e janelas que possam estar abertas. Isto é um campo muito técnico, muito complexo e os nossos especialistas estão a trabalhar afincadamente em colaboração com a NATO, em colaboração com aliados, como os Estados Unidos. E, portanto, aquilo que nós fizemos aqui foi simplesmente constatar a disponibilidade para continuar essa boa colaboração que temos vindo a ter", acrescentou o MNE. .

Segundo revelou a semana passada o Diário de Notícias, o Governo português foi informado da situação pelos serviços de informações norte-americanos, por intermédio da embaixada em Lisboa, através de uma comunicação que terá sido feita diretamente ao primeiro-ministro, António Costa, em agosto passado.

O mesmo jornal mencionou que este caso é considerado de "extrema gravidade" e terão sido os ciberespiões norte-americanos a detetar "à venda na "darkweb" centenas de documentos enviados pela NATO a Portugal, classificados como secretos e confidenciais".

Na altura, o Ministério da Defesa Nacional afirmou que já está a averiguar "todos os indícios de potencial quebra de segurança informática" e alegou a "sensibilidade" daqueles processos para não se pronunciar sobre a noticiada exfiltração de documentos da NATO.

[Marta Moreira, da agência Lusa]
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  • José J C Cruz Pinto
    16 set, 2022 ÍLHAVO 14:12
    Proposta (amigável) feita por meios "diplomáticos" - leia-se "exigência", ... caso contrário ... poderão vedar-nos o acesso a informações futuras, ou não será?

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