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Paquistão enfrenta "monções em esteroides" que já fizeram mais de 1.100 mortos

30 ago, 2022 - 10:52 • Redação

ONU pede apoio financeiro para ajudar 5,2 milhões de pessoas. "Temos de parar de dormir em pé face à destruição do nosso planeta pelas alterações climáticas. Hoje é o Paquistão, amanhã pode ser o vosso país", alerta António Guterres.

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O Paquistão está a braços com "monções em esteroides", avisou esta terça-feira o secretário-geral da ONU, depois de cheias avassaladoras terem submergido um terço do país.

António Guterres pede, por isso, ao mundo que ajude o Paquistão e as milhares de milhões de pessoas afetadas pelo "impacto sem tréguas de níveis épicos de chuva e inundações".

Para socorro imediato da população mais afetada pelas fortes chuvas e inundações no Paquistão, as Nações Unidas lançaram um apelo de 160 milhões de dólares.

Na mensagem hoje divulgada, Guterres afirma que o Governo paquistanês está a aplicar fundos no auxílio de emergência, mas que as necessidades continuam a aumentar e exigem “atenção coletiva e prioridade global”.

Com os fundos pedidos pretende-se fazer chegar a 5,2 milhões de pessoas “alimentos, água, saneamento, educação de emergência, proteção e apoio à saúde”, disse o secretário-geral da ONU.

Pelo menos 1.136 pessoas morreram nos últimos dois meses em sequência das cheias, com centenas de estradas, plantações, casas e pontes a serem levadas pela força das águas. Ao todo, mais de 33 milhões de pessoas já foram afetadas.

Ontem, a ministra paquistanesa para as Alterações Climáticas, Sherry Rehman, descreveu a situação como "um desastre humanitário de proporções épicas induzido pelo clima".

As monções deste ano são apenas comparáveis às devastadoras inundações de 2010, as mais mortíferas da história do Paquistão, que provocaram mais de 2 mil mortos.

No discurso desta manhã, Guterres ressaltou:

"Temos de parar de dormir em pé face à destruição do nosso planeta pelas alterações climáticas. Hoje é o Paquistão, amanhã pode ser o vosso país."

Muitos fatores contribuem para as cheias, mas uma atmosfera a aquecer por causa das alterações climáticas aumenta as probabilidades de chuvadas extremas.

Desde o início da era industrial, o mundo já aqueceu 1.2 ºC, sendo que as temperaturas irão continuar a subir se os governos de todo o mundo não trabalharem para efetivamente reduzirem as emissões de dióxido de carbono.

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